Colonialidade do gênero e o abandono nas prisões femininas no Brasil
Vistas: 42Palabras clave:
Mulheres, Prisões, Colonialidade do Gênero, Colonialidade do PoderResumen
Este ensaio tem como objetivo apresentar o contexto do encarceramento feminino brasileiro no que se refere à realidade de abandono das mulheres em privação de liberdade. Discute-se o conceito de colonialidade do gênero de María Lugones, relacionando-o com tal realidade das formas de abandono pela qual passam mulheres em privação de liberdade, como a permanência de matrizes de poder nas quais a raça e o gênero informam dor e solidão. Concluímos que as prisões brasileiras são expressão da confluência da colonialidade do poder (raça) e do gênero como matriz de poder que organiza as relações sociais dentro e fora do cárcere, impactando as mulheres em privação de liberdade nos níveis material, afetivo e de direitos.
Descargas
Citas
AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro; Polén, 2019.
BRASIL. Ministério da Justiça. Departamento Penitenciário Nacional. Levantamento nacional de informações penitenciárias – INFOPEN Mulheres, 2018. Disponível em: http://depen.gov.br/DEPEN/depen/sisdepen/infopenmulheres/infopenmulheres_arte_07-03-18.pdf Acesso em: 01 ago. 2018.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Medida Cautelar na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 347 DF. Rel.: Min. Marco Aurélio. Brasília, 27 ago. 2015. Disponível em: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=10300665. Acesso em 30 set. 2019.
CÉSAIRE, Aimé. Discurso sobre o colonialismo. São Paulo: Veneta, 2020.
CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 171-188, jan. 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-026X2002000100011&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 01 nov. 2020.
FLAUZINA, Ana Luiza Pinheiro. Corpo negro caído no chão: o Sistema Penal e o projeto genocida do Estado Brasileiro. 2006. Dissertação (Mestrado em Direito) – Pós-Graduação em Direito, Universidade de Brasília, Brasília, 2006. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/5117. Acesso em: 01 nov. 2020.
FLAUZINA, Ana Luiza. O feminicídio e os embates das trincheiras feministas. Revista Discursos Sediciosos: Crime, Direito e Sociedade, v. 20, p. 95-106, 2016.
HALL, Stuart. The West and the rest: Discourse and power. In: HALL, Stuart. Modernity: An Introduction to Modern Societies. Cambridge: Blackwell Publishing, 1996. p. 201-277.
LERMEN, Helena Salgueiro; SILVA, Martinho Braga Batista e. Masculinidades no Cárcere: Homens que Visitam suas Parceiras Privadas de Liberdade. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 38, n. SPE2, p. 73-87, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-98932018000600073&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 02 nov. 2020.
LUGONES, María. Colonialidade e gênero. In: VAREJÃO, Adriana et al. Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2020. p. 53-83.
LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. Revista Estudos Feministas, v. 22, n. 3, p. 935-952, 2014. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/36755. Acesso em: 02 nov. 2020.
PIRES, Thula; FREITAS, Felipe. Vozes do cárcere: ecos da resistência política. Rio de Janeiro: Kitabu, 2018.
OYĚWÙMÍ, Oyèrónké. Conceituando o gênero: os fundamentos eurocêntricos dos conceitos feministas e o desafio das epistemologias africanas. In: VAREJÃO, Adriana et al. Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2020. p. 85-95.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismos e América Latina. In: LANDER, E. (ed.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (CLACSO), 2005. p. 117-142. Disponível em: http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/clacso/sur-sur/20100624103322/12_Quijano.pdf. Acesso em 02 nov. 2020.
SANTOS, Carla Adriana da Silva. Ó pa í, prezada! Racismo e sexismo institucionais tomando bonde no Conjunto Penal Feminino de Salvador. Dissertação (Mestrado em Estudos Interdisciplinares) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014. Disponível em: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/18987. Acesso em: 01 nov. 2020.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Los derechos de autor de los artículos publicados pertenecen al autor, pero con los derechos de la revista sobre la primera publicación y respetando el periodo de exclusividad de un año. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente esta revista como medio de la publicación original. Si no existe tal indicación, se considerará una situación de autoplagio.
Por tanto, la reproducción, total o parcial, de los artículos aquí publicados queda sujeta a la mención expresa del origen de su publicación en esta revista, citando el volumen y número de la misma. A efectos legales, deberá consignarse la fuente de la publicación original, así como el enlace DOI de referencia cruzada (si lo hubiera).