Compreendendo o sistema de enfrentamento à violência de gênero contra a mulher no Distrito Federal a partir das representações sociais das vítimas

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Palavras-chave:

Violência doméstica contra a mulher, Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), Sistema judicial de enfrentamento à violência de gênero, Representações sociais, Vitimização

Resumo

Neste artigo, objetiva-se compreender como as pretensões das mulheres vítimas de violência doméstica são percebidas pelo sistema judicial de enfrentamento à violência de gênero no Distrito Federal, que, em seu fazer orientado, possui suas lógicas próprias e que, a um só tempo, responde às necessidades internas e frustra as expectativas das vítimas. A hipótese é que ainda há um distanciamento entre as finalidades buscadas pelas vítimas e o atendimento jurídico propiciado pelo sistema judicial. Para essa finalidade, analisa dados e resultados obtidos em pesquisa de campo, na qual, pela observação das rotinas dos operadores jurídicos e de participantes de audiência judicial, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com as vítimas de violência doméstica, antes e após a audiência judicial para manifestação sobre a continuidade do processo, buscando como representavam socialmente os atores jurídicos envolvidos. As representações sociais obtidas indicam juízes anestésicos às pretensões das vítimas, promotores de justiça desconhecidos e defensores públicos ausentes. Além da ausência de assistência jurídica para a vítima, naquele momento, verificou-se uma considerável lacuna entre as pretensões das mulheres vitimizadas e o fazer procedimental judicial, que frustra suas expectativas cognitivas. Lado outro, o cenário indica procedimentos de extinção prematura do processo, por táticas de pressão, que obstam o atendimento jurídico integral anunciado pela Lei Maria da Penha.

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Biografia do Autor

Me. Alberto Carvalho Amaral, Universidade de Brasília

Doutorando em Sociologia (UnB – 2018). Mestre em Direito (UniCEUB – 2016). Especialista em Direito Processual (UniSUL – 2009). Especialista em Ciências Penais (UniSUL – 2008). Bacharel em Direito (UniCEUB – 2005). Professor da Escola da Defensoria Pública do Distrito Federal (EASJUR). Pesquisador do Grupo de Pesquisa Política Criminal (UniCEUB) e de O Direito Achado na Rua (UnB-CNPQ). Idealizador e Coordenador do Curso de Capacitação de Defensoras e Defensores Populares do Distrito Federal (DPDF-UnB). Membro do IBCCrim. Professor universitário. Defensor Público do Distrito Federal.

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Publicado

2024-06-25

Como Citar

Amaral, M. A. C. (2024). Compreendendo o sistema de enfrentamento à violência de gênero contra a mulher no Distrito Federal a partir das representações sociais das vítimas. Revista Brasileira De Ciências Criminais, 198(198), 263–302. Recuperado de https://publicacoes.ibccrim.org.br/index.php/RBCCRIM/article/view/29

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