A audiência impossível: violências e desumanização do corpo negro nas audiências de custódia

Visualizações: 37

Autores

  • M.e Vinícius de Souza Assumpção Universidade Federal da Bahia - UnB
  • Dra. Alessandra R. Mascarenhas Prado Universidade Federal da Bahia - UFBA - Salvador/BA

Palavras-chave:

Audiência de custódia, Processo penal, racismo, violência, desumanização

Resumo

O presente trabalho busca analisar o instituto da audiência de custódia no Brasil a partir da questão racial, propondo visibilizar como a negação de humanidade à pessoa negra é central para a compreensão da perpetuação das violências ignoradas nesse procedimento. Parte-se da leitura da doutrina do processo penal, destacando as expectativas de humanização do por meio da instauração de audiências substitutivas das decisões baseadas em papeis, sem o encontro direto entre autoridades e a pessoa custodiada. Em seguida, identifica-se quem são as figuras que participam desse ato-encontro processual penal e, a partir do que representa cada uma delas, discute-se as práticas desempenhadas. Adotou-se a revisão bibliográfica do banco de dados da plataforma CAPES e da biblioteca do IBCCRIM, além de relatórios institucionais e trabalhos escritos a partir deles. A conclusão a que se chega é que institutos jurídicos que se propõem garantidores da liberdade não dão conta da superação das desigualdades e das violências que permeiam a sua aplicação porque as vítimas encarnam corpos aos quais não é assegurada cidadania. A originalidade da pesquisa está nas lentes apostas, que tornam possível expor a insuficiência de algumas das ferramentas epistêmicas que o saber processual penal e criminológico crítico tradicionais têm manejado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

M.e Vinícius de Souza Assumpção, Universidade Federal da Bahia - UnB

Doutorando em Direito Público pela UFBA (2019.2), aprovado no Doutorado da UnB (2020). Possui Graduação em Direito pela Universidade Federal da Bahia (2010), Pós-Graduação Lato Sensu em Direito Processual Penal (2019) e em Direito do Estado (2012). Mestrado em Direito Público pela Universidade Federal da Bahia (2015). Atualmente é Professor no Centro Universitário UniRuy Wyden em Salvador na disciplina Processo Penal. Professor Convidado da Pós Graduação em Ciências Criminais da Universidade Católica de Salvador (2018/2019/2020). Professor de Processo Penal da Pós-Graduação em Direito da Escola de Magistrados da Bahia (2016).Ex-diretor financeiro do Instituto Baiano de Direito Processual Penal - IBADPP (gestão 2017-2018), Vice-presidente (gestão 2019-2020) e atual Presidente do Instituto (gestão 2020-2021). Integrante do Grupo de Pesquisa NESP - Núcleo de Estudos sobre Sanção Penal. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Ciências Criminais, atuando principalmente nos seguintes temas: Direito Penal e o Processo Penal como precursores dos Direitos Humanos, e Criminologia Crítica, Questões Raciais e Direitos Humanos. É Advogado Especializado em Direito Penal Empresarial. Sócio do escritório Vinícius Assumpção Advocacia Penal Empresarial. 

Dra. Alessandra R. Mascarenhas Prado, Universidade Federal da Bahia - UFBA - Salvador/BA

Doutora e Mestra em Direito das Relações Sociais (PUC/SP). Professora da Faculdade de Direito da UFBA. Líder do Grupo de Pesquisa NESP.

http://lattes.cnpq.br/2158993363327030

Referências

ALBUQUERQUE, Laura Gigante. Audiência de Custódia. (In)Efetividade do controle da violência policial. Porto Alegre: Ed. Fi, 2021.

ALENCAR, Rosmar Rodrigues; TÁVORA, Nestor. Curso de Direito Processual Penal. Salvador: JusPodivm, 2019.

ALEXANDER, Michelle. A nova segregação: racismo e encarceramento em massa. São Paulo: Boitempo, 2017.

ALMEIDA, Silvio Luiz. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento, 2018.

Downloads

Publicado

2024-06-25

Como Citar

de Souza Assumpção, M. V., & R. Mascarenhas Prado, D. A. (2024). A audiência impossível: violências e desumanização do corpo negro nas audiências de custódia. Revista Brasileira De Ciências Criminais, 196(196), 197–226. Recuperado de https://publicacoes.ibccrim.org.br/index.php/RBCCRIM/article/view/202

Métricas