Homo puniens: contributos para uma discussão antropológica segundo o simbolismo

Visualizações: 26

Autores

  • Dr. Eliomar da Silva Pereira Universidade Autónoma de Lisboa - Portugal

Palavras-chave:

Semiótica, Simbolismo, Antropologia, Punição

Resumo

A antropologia filosófica nos apresenta imagens do homem que geralmente enfatizam suas virtudes como o saber, o trabalhar, o ensinar e o brincar, o que constitui uma redução do horizonte antropológico. A nossa hipótese, contudo, é que a punição deveria ocupar um lugar privilegiado de indagação antropológica do homem, por nos permitir compreendê-lo melhor. Argumentaremos que podemos identificar sentidos punitivos pressupostos, seguindo uma metodologia de diálogo com outras concepções antropológicas já estabelecidas, mas para concluir que uma antropologia baseada no simbolismo da punição pode tornar muitas outras produções da cultura humana compreensíveis. O referencial teórico utilizado será a antropologia cultural que encontramos na filosofia das formas simbólicas de Ernst Cassirer, para quem o homem é um animal symbolicum.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Dr. Eliomar da Silva Pereira, Universidade Autónoma de Lisboa - Portugal

Doutor em Direito (Universidade Católica Portuguesa – Escola de Lisboa) em estágio Pós-Doutoral (Universidade de Brasília, Departamento de Filosofia). Investigador Integrado do Ratio Legis (Centro de Investigação e Desenvolvimento em Ciências Jurídicas, Universidade Autónoma de Lisboa). Professor do Programa de Pós-Graduação da Escola Superior de Polícia. Delegado de Polícia Federal.

Referências

ABBAGNANO, N. Introdução ao existencialismo. São Paulo, Martins Fontes, 2006.

AGOSTINHO, Santo. A doutrina crista. Manual de exegese e formação cristã. São Paulo, Paulos, 2002.

ALES BELLO, A. O sentido das coisas: por um realismo fenomenológico. São Paulo, Paulus, 2019.

ARENDET, H. A condição humana. Rio de Janeiro, Forense, 2009.

ARLT, G. Antropologia Filosófica. Petrópolis, Vozes, 2009.

BARTHES, R. A Aventura semiológica. São Paulo, Martins Fontes, 2001.

BARTHES, R. Elementos de semiologia. São Paulo, Cultrix, 2012.

BENTHAN, J. Teoria das penas legais. Campinas, Bookseller, 2002.

CASSIRER, E. Ensaio sobre o homem: introdução a uma filosofia da cultura humana. São Paulo, Martins Fontes, 2001.

CASSIRER, E. A filosofia das formas simbólicas, Volume I – A linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 2001b.

CHOMSKY, N. Que tipo de criaturas somos nós? Petrópolis, Vozes, 2018.

DAMASIO, A. O erro de Descartes: emoção, razão e cérebro humano. São Paulo, Companhia das Letras, 2012.

DESCARTES, R. Discurso do Método. São Paulo, Martins Fontes, 2001.

DEELY, J. Introdução à semiótica: história e doutrina. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1995.

ECO, U. Tratado geral de semiótica. São Paulo, Perspectiva, 2014.

ECO, U. Os limites da interpretação. São Paulo, Perspectiva, 2015.

FASSIN, D. Punire. Una passione contemporânea. Roma, Feltrinelli, 2018.

FRY, D. Homo loquens: o homem como animal falante. Rio de Janeiro, Zahar, 1978.

GRAPON, A.; GROS, F.; PECH, T. Punir em Democracia: E a Justiça será. Lisboa, Piaget, 2002.

GRONDIN, J. Hermenêutica São Paulo, Parábola Editorial, 2012.

GRONDIN, J. Del sentido de las cosas. La ideia de la metafisica. Barcelona, Herder, 2018.

HARARI, Y. N. Sapiens: uma breve história da humanidade. Porto Alegre, L&PM, 2015.

HORKHEIN, M. Eclipse da razão. São Paulo, Unesp, 2016.

HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo, Perspectiva, 2019.

INGOLD, T. Antropologia: para que serve? Petrópolis, Vozes, 2019.

JUNG, C. G. O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008.

LINAEU, C. Systema Naturae, per regna tria naturae, secundun classes, ordines, genera, species, cum characeteribus, differentiis, synonymis, locis. Tomus I. Holmiae, Laurentii Salvaii, 1758. Fac-simile disponível em: [books.google.com.br].

LINTON, R. O Homem: Introdução à Antropologia. São Paulo, Martins Fontes, 1981.

MEREU, I. A morte como pena. Ensaio sobre a violência legal. São Paulo, Martins Fontes, 2005.

MONDINI, B. O homem, quem é ele? Elementos de antropologia filosófica. São Paulo, Paulus, 2003.

PEIRCE, C. S. Semiótica. São Paulo, Perspectiva, 2017.

REPUSSEAU, J. Homo docens. Reflexions sur l’action pedagogique et la formation des maitres, Paris, Armand Colin, 1972.

SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. São Paulo, Cultrix, 2012.

CONDEMI, S.; SAVATIER, F. As últimas notícias sobre o Sapiens: uma revolução nas nossas origens. Belo Horizonte, Vestígio, 2019.

SCHELER, M. A situação do homem no cosmos. Lisboa, Textografia, 2008.

STEVENSON, L.; HABERMAN, D. L. Dez teorias da natureza humana. São Paulo, Martins Fontes, 2005.

TODOROV, T. A vida em comum. Ensaio de antropologia geral. São Paulo, Unesp, 2014.

TODOROV, T. Teorias do símbolo. São Paulo, Unesp, 2014.

WAGNER, R. Símbolos que representam a si mesmos. São Paulo, Unesp, 2017.

WAGNER, R. A invenção da cultura. São Paulo, UBU, 2017.

WHITEHEAD, A. N. A ciência e o mundo moderno. São Paulo, Paulus, 2006.

WOHLLEKEN, P. A vida secreta dos animais. Rio de Janeiro, Sextante, 2019.

Downloads

Publicado

2024-06-27

Como Citar

da Silva Pereira, D. E. . (2024). Homo puniens: contributos para uma discussão antropológica segundo o simbolismo. Revista Brasileira De Ciências Criminais, 192(192), 291–310. Recuperado de https://publicacoes.ibccrim.org.br/index.php/RBCCRIM/article/view/308

Edição

v. 192 n. 192 (2022): RBCCRrim - Setembro/Outubro de 2022

Seção

Criminologia

Licença

Os direitos autorais dos artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação.

Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Se não houver tal indicação, considerar-se-á situação de autoplágio.

Portanto, a reprodução, total ou parcial, dos artigos aqui publicados fica sujeita à expressa menção da procedência de sua publicação neste periódico, citando-se o volume e o número dessa publicação. Para efeitos legais, deve ser consignada a fonte de publicação original.

Métricas