Transplante legal

O domínio da organização em Claus Roxin e na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal

Vistas: 18

Autores/as

  • Dra. Simone Figueirêdo Faculdade Damas da Instrução Cristã - Recife/PE https://orcid.org/0000-0001-6964-7310
  • Me. José Mário Ramos Correia de Araújo Centro Universitário UNIAESO - Olinda/PE

Palabras clave:

Domínio do fato. Autoria penal. Autoria mediata. Concurso de pessoas. Crime organizado.

Resumen

O presente trabalho analisa a aplicação no Poder Judiciário brasileiro da teoria do domínio do fato em relação à imputação de autoria em aparelhos organizados de poder, a partir da teoria desenvolvida por Roxin, afigurando também a construção doutrinária fenômeno “transplante legal” no Brasil. Da análise da aplicação da teoria do domínio do fato roxiniana no Brasil, originam-se conclusões sobre sua compatibilidade com o ordenamento jurídico em vigor. O método de pesquisa é composto de revisão bibliográfica, necessária para estabelecer claramente os pressupostos de subsunção elencados pela doutrina em suas diversas concepções aqui estudadas. Para tanto, são examinadas decisões do Supremo Tribunal Federal, em casos de aplicação do domínio do ato por Organisationsherrschaft, de Roxin, como fundamento decisório. A partir dessa verificação, conclui-se que o termo Tatherrschaft é empregado sem a aplicação dos critérios elencados pelo autor utilizado como fundamento decisório. Nesse sentido, contata-se que o Supremo Tribunal Federal, além de não aplicar critérios essenciais à teoria, confunde aspectos teóricos antagônicos de doutrinadores diversos no intuito encontrar supostas justificativas para fundar as suas decisões.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Dra. Simone Figueirêdo, Faculdade Damas da Instrução Cristã - Recife/PE

Doutora em Direito Penal pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (2017). Mestra em Direito Penal pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (2010). Bacharela em Direito – FIR (2009). Professora da Pós-Graduação em Direito Penal e Processual Penal da Faculdade Damas da Instrução Cristã, em Recife-PE. Professora de Direito Penal, Processo Penal, Criminologia, Sociologia e Direitos Humanos da Graduação em Direito da Faculdade Damas da Instrução Cristã, em Recife-PE. Professora de Medicina Legal da Graduação em Medicina da UNINASSAU Recife. Avaliadora do MEC para cursos de Direito. Revisora da Revista Delictae - qualis A1. Integrante do Conselho Editorial da Revista Ciências Criminais em Perspectiva. Advogada.

Me. José Mário Ramos Correia de Araújo, Centro Universitário UNIAESO - Olinda/PE

Doutorando em Teorias da Decisão Jurídica pela UFPE. Mestre em Historicidade das Ideias Penais pela FADIC (2020). Especialista em Direito Penal pela FADIC (2020). Bacharel em Direito pela FCHPE (2018). Especialista em Direito Público pela FCHPE (2016). Licenciado em História pela UFPE (2007). Professor em Direito Penal e Direito Processual Pena na Pós-graduação do IPANEC. Professor em Direito Penal e Direito Processual Penal na UNIAESO e FOCCA. Membro do IBCCRIM. Presidente da Comissão de Prática Penal e membro da Comissão de Direito Militar da ABCCRIM, Recife-PE. Secretário da Comissão de Direito Aeroespacial da OAB-PE. Advogado Criminalista em Recife-PE.

Lattes CV: http://lattes.cnpq.br/0612942356183305

Citas

ALFLEN, P. R. Teoria do domínio do fato. São Paulo: Saraiva, 2014.

ALFLEN, P. R. Domínio do fato como critério de delimitação da autoria e a Ação Penal N. 470 do STF. In: Zeitschrift für Internationale Strafrechtsdogmatik. v. 6. 2014. Disponível em: http://www.zis-online.com/dat/artikel/2014_6_827.pdf. Acesso em: 12 jul. 2020.

ALFLEN, P.R. Teoria do domínio do fato na doutrina e na jurisprudência brasileira – considerações sobre a APn 470 do STF. In: Revista Eletrônica de Direito Penal. v. 2. 2014.

AMBOS, K. Politische und rechtliche Hintergründe des Urteils gegen den ehem. peruanischen Präsidenten Alberto Fujimori. In: Zeitschrift für Internationale Strafrechtsdogmatik. v. 11. 2009. Disponível em: http://www.zis-online.com/dat/artikel/2009_11_368.pdf. Acesso em: 10 ago. 2020.

AMBOS, K. e VASCONCELOS, E. Introdução ao número especial sobre o caso Mensalão. In: Zeitschrift für Internationale Strafrechtsdogmatik. v. 6. 2014. Disponível em: http://www.zis-online.com/dat/artikel/2014_6_825.pdf. Acesso em: 5 jun. 2022.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Originária AO 1047 / RR de 28 de novembro de 2007. Relator: Ministro Joaquim Barbosa. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. Publicação: 11 de maio de 2008. Disponível em: https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur2560/false. Acesso em: 12 jul. 2020.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Penal AP 481 / PA de 08 de setembro de 2012. Relator: Ministro Dias Tóffoli. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. Publicação: 29 de junho de 2012. Disponível em: https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur211404/false. Acesso em: 12 jul. 2020.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Penal AP 465 / DF de 24 de abril de 2014. Relator: Ministra Carmem Lúcia. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. Publicação: 30 de outubro de 2014. Disponível em: https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur282503/false. Acesso em: 12 jul. 2020.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Penal AP 47O / MG de 17 de dezembro de 2012. Relator: Ministro Joaquim Barbosa. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. Publicação: 24 de abril de 2013. Disponível em: https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur228572/false. Acesso em: 12 jul. 2020.

DUBBER, M. Comparative criminal law. In: Oxford Handbook of Comparative Law. Nova Iorque: Oxford University Press, 2006.

GOLDBACH, T. Why legal transplant. In: Annual Review of Law and Social Science. Canada, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1146/annurev-lawsocsci-101518- 042617. Acesso em: 12 jul. 2020.

GRANDE, E. Legal Transplants and the Inoculation Effect. How American Criminal Procedure Has Affected Continental Europe. In: The American Journal of Comparative Law. 2016. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/310077501_Legal_Transplants_and_the_Inoculation_Effect_How_American_Criminal_Procedure_Has_Affected_Continental_Europe. Acesso em: 12 jul. 2020.

GRECO, L et. al. Autoria como domínio do fato. São Paulo: Marcial Pons, 2014.

GRECO, L e LEITE, A. A “recepção” das teorias do domínio do fato e do domínio da organização no direito penal econômico brasileiro. In: Zeitschrift für Internationale Strafrechtsdogmatik. v. 7-8, 2015. Disponível em: http://www.zis-online.com/dat/artikel/2015_7-8_937.pdf. Acesso em: 12 jul. 2020.

HAMDORF, K. Beteiligungsmodelle im Strafrecht. Freiburg i. Br.: Edition Iuscrim, 2002.

HERZIG, A. Die Tatherrschaftslehre in der Rechtsprechung des Internationalen Strafgerichtshofs. In: Zeitschrift für Internationale Strafrechtsdogmatik. v. 4. 2013. Disponível em: http://www.zis-online.com/dat/artikel/2013_4_746.pdf. Acesso em: 12 jul. 2020.

HÜNERFELD, P. Mittelbare Täterschaft und Anstiftung im Kriminalstrafrecht der Bundesrepublik Deutschland. In: Zeitschrift für die gesamte Strafrechtswissenschaft. Berlim, v. XCIX, 1987.

KIENAPFEL, D. Strafrecht Allgemeiner Teil. Berlim: Walter de Gruyter, 1984.

MARLIE, M. Unrecht und Beteiligung. Baden-Baden: Nomos Verlagsgesellschaft, 2009.

MARTÍNEZ, C. Dominio del hecho y autoria mediata em aparatos organizados de poder. Madrid: Dykinson, 2017.

NEUMANN, U. Wahrheit statt Autorität : Möglichkeit und Grenzen einer Legitimation durch Begründung im Recht. In: LERCH, Kent D. (Org.): Recht verhandeln : Argumentieren, Begründen und Entscheiden im Diskurs des Rechts. Berlin: Berlin-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften, 2011.

OLÁSOLO, H. The Criminal Responsibility of Senior Political and Military Leaders as Principals to International Crimes. Portland: Hart Publishing, 2009.

ROTSCH, T. Tatherrschaft kraft Organisationsherrschaft? In: Zeitschrift für die gesamte Strafrechtswissenschaft. Berlim, v. 3, 2000.

ROTSCH, T. Von Eichmann bis Fujimori – Zur Rezeption der Organisationsherrschaft nach dem Urteil des Obersten Strafgerichtshofs Perus. In: Zeitschrift für Internationale Strafrechtsdogmatik. v. 11. 2009. Disponível em: https://www.zis-online.com/dat/artikel/2009_11_367.pdf. Acesso em: 15 mai. 2022.

ROXIN, C. Bemerkungen zum Fujimori-Urteil des Obersten Gerichtshofs in Peru. In: Zeitschrift für Internationale Strafrechtsdogmatik. v. 11. 2009. Disponível em: http://www.zis-online.com/dat/artikel/2009_11_369.pdf. Acesso em: 12 jul. 2020.

ROXIN, C. Bemerkungen zum ,,Täter hinter dem Täter“. In: Festschrift für Richard Lange zum 70. Geburtstag. Günther Warda et al. Berlim: De Gruyter, 2017.

ROXIN, C. Organisationsherrschaft als eigenständige Form mittelbarer Täterschaft. In: Schweizerische Zeitschrift für Strafrecht. v. 1, 2007. Disponível em: https://zstrr.recht.ch/de/artikel/01rps0107abh/organisationsherrschaft-als-eigenstandige-form-mittelbarer-taterschaft? Acesso em: 12 jul. 2020.

ROXIN, C. Organisationsherrschaft und Tatentschlossenheit. In: Zeitschrift für Internationale Strafrechtsdogmatik. v. 7. 2006a. Disponível em: http://www.zis-online.com/dat/artikel/2006_7_44.pdf. Acesso em: 12 jul. 2020.

ROXIN, C. Strafrecht Allgemeiner Teil: Band I. München: Verlag C.H. Beck, 2006b.

ROXIN, C. Strafrecht Allgemeiner Teil: Band II. München: Verlag C.H. Beck, 2003.

ROXIN, C. Täterschaft und Tatherrschaft. Berlim: De Gruyter Verlag, 2015.

SCHILD, W. Täterschaft als Tatherrschaft. Berlim: De Gruyter Verlag, 2012.

SCHLÖSSER, J. Soziale Tatherrschaft. Berlim: Dunker & Humblot, 2004.

SCHÖNEBORN, C. Kombiniertes Teilnahme- und Einheitstätersystem für das Strafrecht. In: Zeitschrift für die gesamte Strafrechtswissenschaft. Berlim, v. 87, 1975.

SCHROEDER, F.C. Der Sprung des Täters hinter dem Täter aus der Theorie in die Praxis. In: Juristische Rundschau. Berlim: De Gruyter, v. 5, 1995.

SCHÜNEMANN, B. Die Rechtsfigur des „Täters hinter dem Täter“ und das Prinzip der Tatherrschaftsstufen. In: Zeitschrift für Internationale Strafrechtsdogmatik. De Gruyter, v. 7, 2006. Disponível em: http://www.zis-online.com/dat/artikel/2006_7_45.pdf. Acesso em: 13 dez. 2020.

VALDERRAMA, I. Legal transplants and comparative law. In: International Law Journal. 2004. Disponível em: https://ssrn.com/abstract=2017940. Acesso em: 12 jul. 2020.

WATSON, A. Legal Transplants and European Private Law. Electronic Journal of Comparative Law, v. 4.4, 2000, Disponível em: http://www.ejcl.org/ejcl/44/44-2.html. Acesso em: 12 jul. 2020.

WEIGEND, T. Perpetration through an Organization. In: Journal of International Criminal Justice. v.9, 2010. Disponível em: https://academic.oup.com/jicj/article/9/1/91/911056. Acesso em 13 dez. 2020.

WELZEL, H. Das deutsche Strafrecht. Berlim: De Gruyter Verlag, 2013.

WELZEL, H. Studien zum System des Strafrechts. In: Zeitschrift für die gesamte Strafrechtswissenschaft. Berlim, v. 58, 1939.

Publicado

2024-06-25

Cómo citar

Figueirêdo, D. S., & Ramos Correia de Araújo, M. J. M. (2024). Transplante legal: O domínio da organização em Claus Roxin e na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Revista Brasileña De Ciencias Penales, 197(197), 155–184. Recuperado a partir de https://publicacoes.ibccrim.org.br/index.php/RBCCRIM/article/view/247

Métrica