O processo penal enquanto dispositivo que hierarquiza:

fundamentos relativizados de um dispositivo repressivo

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Autores

  • Me. Francisco Geraldo Matos Santos Universidade Federal do Pará, UFPA, Brasil.

Palavras-chave:

Relativizações principiológicas, Hierarquizações, Sala de Justiça, Audiência criminal, Processo penal

Resumo

O presente texto, fruto de pesquisa realizada no Mestrado em Ciência Política, sintetiza alguns postulados relacionados ao processo penal enquanto um dispositivo que hierarquiza as pessoas acusadas. Trata-se de uma pesquisa que utilizou como metodologia a etnografia em 50 (cinquenta) audiências criminais na fase de instrução na cidade de Belém, capital do Pará. A proposta refere-se à observação e discussão das relativizações perpetuadas pelos atores (Magistrado, Ministério Público e Defesa Técnica) no momento do ritual da audiência, capaz de consubstanciar relativizações de princípios como o da igualdade, presunção de inocência, contraditório e ampla defesa, de acordo com a representação do acusado, conforme tarifação social, o que inviabiliza, de certa forma, a própria noção de um processo penal justo em um Estado Democrático de Direito.

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Editora Revista dos Tribunais (RT)

Biografia do Autor

Me. Francisco Geraldo Matos Santos, Universidade Federal do Pará, UFPA, Brasil.

Doutorando em Direito (PPGD/UFPA). Mestre em Ciência Política (PPGCP/UFPA). Especialista em Direito Processual Penal e em Direito Público (FDJ/SP). Graduado em Direito (UNAMA). Professor Universitário. Advogado.

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Publicado

2024-06-27

Como Citar

Geraldo Matos Santos, M. F. . (2024). O processo penal enquanto dispositivo que hierarquiza: : fundamentos relativizados de um dispositivo repressivo. Revista Brasileira De Ciências Criminais, 192(192), 205–222. Recuperado de https://publicacoes.ibccrim.org.br/index.php/RBCCRIM/article/view/311