Interseccionalidade e violações à saúde no sistema prisional:
racismo estrutural e modelo patriarcal em ruptura com os direitos fundamentais
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https://doi.org/10.5281/zenodo.10724817Palavras-chave:
interseccionalidade, raça, gênero, sistema penitenciário, colonialismoResumo
O estudo em questão versa sobre as violações aos direitos fundamentais que afetam mulheres negras pobres encarceradas, portanto, em condição de vulnerabilidade. Verifica como o colonialismo, o racismo estrutural e o modelo patriarcal impactaram, particularmente, o acesso à saúde da mulher racializada privada de liberdade. O trabalho em tela utiliza uma metodologia exploratória e qualitativa, ancorada no marco teórico feminista decolonial, antirracista e antipunitivista. Realiza ainda o levantamento de dados atualizados com a análise dos indicadores de saúde, ancorados na dimensão interseccional, atinentes à realidade do sistema prisional brasileiro. Alcança inclusive os impactos provocados no período pandêmico pela COVID-19 no encarceramento feminino, bem como seus desdobramentos hodiernos.
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