Plots and encounters in criminal hearings:
colonialities, anti-blackness and the judiciary based on observations in Salvador and Rio de Janeiro
Views: 22DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.13685590Keywords:
judiciário, colonialidades, antinegritude, audiências criminais, observação etnográficaAbstract
In this work, we reflect how judicial practices and rituals, in Salvador and Rio de Janeiro, can express the relationship between the penal system, racism and whiteness. Based on experiences in both courts, including observations with ethnographic inspiration in the common spaces of the buildings; custody hearings in Salvador and Criminal trial hearings in Rio; and analysis of one sentence, we put in perspective the relationship between legal discourses, anti-blackness and colonialities. At first, we present some of the difficulties founded in conducting empirical research involving the criminal justice system, highlighting that violence, on these spaces, operates from its own sophistication. In a second, we present two concrete cases that express how criminalization processes can reinforce systemic advantages and disadvantages in our society. From their externalities and contingent relations with the oppression of race, gender, class, sexuality and territoriality, experiences involving the criminalization of black people reveal a strategic alignment with the political project of the control and incarceration of these bodies.
Downloads
References
ABREU, João Vitor. A custódia das audiências: uma análise das práticas decisórias na Central de Audiências de Custódia (CEAC) do Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em Ciências Jurídicas e Sociais) – Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Direito, Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2019.
AKOTIRENE, Carla. Ó paí, prezada: racismo e sexismo tomando bonde nas penitenciárias femininas. São Paulo: Pólen, 2020.
BATISTA, Nilo. Sobre el filo de la navaja. In: Revista EPOS; Rio de Janeiro – RJ; vol2, nº1, jan-jun, 2011.
BEVILÁCQUA, Ciméia. Etnografia do Estado: algumas questões metodológicas e éticas. Revista Campos, n. 3, p. 51-64, 2003.
BIDASECA, Karina. “Mujeres blancas buscando salvar a mujeres color café: desigualdad, colonialismo jurídico y feminismo postcolonial”. In Andamios. Volumen 8, número 17, septiembre-diciembre, p. 61-89, 2011.
CARNEIRO, Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. 339 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2005.
CARVALHO, Salo de. O encarceramento seletivo da juventude negra brasileira: a decisiva contribuição do Poder Judiciário. Revista da Faculdade de Direito da UFMG. Belo Horizonte, n. 67, p. 623-652, jul./dez. 2015.
COLLINS, Patricia Hill. Aprendendo com a outsider within*: a significação sociológica do pensamento feminista negro. In Revista Sociedade e Estado – Volume 31 Número 1 Janeiro/Abril, 2016, pp. 99-127.
____________. Se perdeu na tradução? Feminismo negro, interseccionalidade e política emancipatória. Parágrafo: Revista Científica de Comunicação Social da FIAM-FAAM, v. 5, n. 1, 2017, pp. 6-17.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Resolução nº213/2015. Disponível em: <https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2019/04/resoluo-n213-15-12-2015-presidncia.pdf> Acesso em 07.06.2023.
DE LIMA, Roberto Kant. A polícia da cidade do Rio de Janeiro: seus dilemas e paradoxos. Forense, 1995.
__________. Direitos civis, estado de direito e 'cultura policial': a formação policial em questão. Revista Brasileira de Ciências Criminais, v. 11, n. 41, p. 241-256, 2003.
Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPGE/RJ). Pesquisa sobre as sentenças judiciais por tráfico de drogas na cidade e região metropolitana do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: 2019 Disponível em < http://www.defensoria.rj.def.br/uploads/arquivos/23d53218e06a49f7b6b814afbd3d9617.pdf >
FANON, Frantz. Pele Negra, Máscaras Brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.
FERNANDES, Luciana Costa. Como juízas mulheres julgam mulheres pelo tráfico de drogas: discursos criminológicos reforçando privilégios e silenciamentos na cidade do Rio de Janeiro. São Paulo: IBCCRIM, 2020.
__________ POR UMA REVISÃO HISTÓRICO POLÍTICA DA MAGISTRATURA: “Colonialidade do poder” e o caso das Câmaras Criminais fluminenses. In: Gabriel Antonio Silveira Mantelli; Laura Degaspare Monte Mascaro. (Org.). Direitos Humanos em Múltiplas Miradas. 01ed.São Paulo: Escola Superior de Advocacia da OAB, 2021, v. 01, p. 259-275.
FLAUZINA, Ana Luiza Pinheiro; PIRES, Thula. Roteiros previsíveis: racismo e justiçamentos no Brasil. Trincheira democrática: Boletim Revista do Instituto Baiano de Direito Processual Penal (IBADPP) - Ano 3, Nº 08, abril/2020a.
__________. Supremo Tribunal Federal e a naturalização da barbárie. Revista Direito e Práxis, v. 11, p. 1211-1237, 2020b.
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA (FBSP). Anuário Brasileiro de Segurança Pública - 2019. Disponível em < https://www.forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2019/10/Anuario-2019-FINAL_21.10.19.pdf>. Acesso em 21.06.2023.
FRANKENBERG, Ruth. A miragem de uma branquidade não-marcada. In: WARE, Vron (Org.). Branquidade: identidade branca e multiculturalismo. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.
FREITAS, Felipe da Silva. A naturalização da violência racial: escravismo e hiperencarceramento no Brasil. Perseu: História, Memória e Política, n. 17, 2019.
GODOI, Rafael. Fluxos em cadeia: as prisões em São Paulo na virada dos tempos. Boitempo Editorial, 2017.
GROSFOGUEL, Ramón. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: Transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 80, p. 115-147, mar., 2018.
____________________. Para uma visão decolonial da crise civilizatória e dos paradigmas da esquerda ocidentalizada. BERNARDINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL, Ramón (Org.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. - 2. ed -. Belo Horizonte: Autêntica Editora, p. 27-53, 2019.
GERALDO, Pedro H. A audiência judicial em ação: uma etnografia entre juristas e jurisdicionados na França. In: Revista Direito GV. São Paulo, 9 [2], p. 635-658, jul-dez. 2013.
GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro, v. 92, n. 93, p. 69-82, 1988.
HULSMAN, Louk; DE CELIS, Jacqueline B. Perdas perdidas: o sistema penal em questão. Trad. Maria Lúcia Karam. Niterói: LUAM, 1993.
LORDE, Audre. Não há hierarquias de opressão. LORDE, AG Textos Escolhidos de Audre Lorde. Heretica Difusao Lesbofeminista Independente, p. 5-6, 2012.
MALDONADO-TORRES, Nelson. Analítica da colonialidade e da decolonialidade: algumas dimensões básicas. BERNARDINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL, Ramón (Org.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. - 2. ed -. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019, pp. 27-53.
MISSE, Michel et al. Quando a polícia mata: homicídios por" autos de resistência" no Rio de Janeiro (2001-2011). Necvu, 2013.
MOREIRA, Adilson José. Racismo recreativo. São Paulo: Sueli Carneiro Pólen, 2019.
MUNIZ, Jacqueline. Ser policial é sobretudo uma razão de ser: cultura e cotidiano da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro (RJ): Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, Universidade Cândido Mendes, 1999.
NEDER, Gizlene; Silva, Ana Paula Barcelos Ribeiro; Souza, Jesse Jane Vieira. Intolerância e Cidadania: secularização, poder e cultura política, Rio de Janeiro: Autografia. 2015.
OLIVEIRA; Fabiana. SILVA, Virgínia. Processos judiciais como fontes de dados: poder e interpretação. Sociologias, ano 7, nº 13, p.244-259, 2013.
ORDÓÑEZ-VARGAS, Laura. Gênero e Etnografia: reflexões desde algumas prisões brasileiras. Cadernos pagu, n. 55, 2019.
PAIVA, Caio. Audiência de custódia e o processo penal brasileiro. Florianópolis: Empório do Direito, 2015.
PEIRANO, Mariza. Etnografia não é método. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 20, n. 42, jul./dez., p. 377-391, 2014.
PIRES, Thula Rafaela de Oliveira. Do ferro quente ao monitoramento eletrônico: controle, desrespeito e expropriação de corpos negros pelo Estado Brasilleiro. In: FLAUZINA, Ana; et al. Discursos negros: legislação penal, política criminal e racismo. Brasília: Brado Negro, 2015.
ROMÃO, Vinícius de Assis. Entre a vida na rua e os encontros com a prisão: controle urbano e audiências de custódia. Belo Horizonte: Letramento, 2020.
SEGATO, Rita Laura. El color de la cárcel en América Latina: apuntes sobre la colonialidad de la justicia en un continente en desconstrucción. Nueva sociedad, v. 208, p. 142-162, 2007.
VARGAS, João H. Por uma mudança de paradigma: antinegritude e antagonismo estrutural. In: FLAUZINA, Ana; VARGAS, João (Orgs.). Motim: Horizontes do genocídio antinegro. Brasília: Brado Negro, 2017.
__________. Racismo não dá conta: antinegritude, a dinâmica ontológica e social definidora da modernidade. Revista Em Pauta: teoria social e realidade contemporânea, v. 18, n. 45, 2020.
ZAFFARONI, Eugenio R.; BATISTA, Nilo; et all. Direito Penal Brasileiro: Primeiro Volume: Teoria Geral do Direito Penal. 4a ed. Rio de Janeiro: Revan, 2011.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Os direitos autorais dos artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação.
Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Se não houver tal indicação, considerar-se-á situação de autoplágio.
Portanto, a reprodução, total ou parcial, dos artigos aqui publicados fica sujeita à expressa menção da procedência de sua publicação neste periódico, citando-se o volume e o número dessa publicação. Para efeitos legais, deve ser consignada a fonte de publicação original.