Os dispositivos e estruturas:

delimitando o mapeamento da Lei Maria da Penha

Vistas: 180

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.10515868%20

Palabras clave:

Lei Maria da Penha, Implementação, Políticas Públicas, Processos, Violência contra a Mulher

Resumen

O presente texto mapeia e analisa processos no âmbito da Lei Maria da Penha (LMP). Nos afastamos de compreensões estritamente jurídicas e aplicamos a lógica da violência contra a mulher em três fases processuais de ações: 1) pré-violência; 2) violência imediata; 3) pós-violência. A originalidade está em uma proposta em três partes: 1) mapear os conceitos envolvidos; 2) mapear as dimensões de operacionalização da lei; 3) mapear o processo da Lei como um todo. Metodologicamente, nos pautamos no mapeamento de processos e utilizamos técnicas de construção de quadros e fluxograma e cotejamos à literatura existente sobre a LMP. Destacamos as competências nos níveis governamentais; delimitamos um caminho processual; em terceiro, balizamos os gargalos que se sobrepõem em maior evidência e que caracterizam aquele determinado processo. Ao mapear estes processos, demonstramos as evidências de fragilidades tendo em vista a melhoria de processos na LMP. Trata-se de uma Lei operacionalizada conceitual e tecnicamente por pessoas em todas as suas fases, o que demanda capacitação e qualificação objetiva aos gargalos que dela decorrem. Ao mesmo tempo, a LMP necessita do envolvimento contínuo da sociedade na cobrança ao cumprimento da Lei e, não obstante, na cobrança das atitudes e mentalidades daqueles que a operacionalizam.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Vinicius Ferreira Baptista, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ - Seropédica/RJ

Doutor em Políticas Públicas (2016) e em Ciências Sociais (2023) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Professor Adjunto do Departamento de Administração Pública desde 2014. É docente permanente dos Programas de Pós-graduação em Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e em Ciência Política da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/1519850039767968

Citas

ALBUQUERQUE, Anna Cynthia Barros de; PEIXOTO SANTA RITA, Luciana. Gestão por processos em organizações públicas: mapeamento dos processos administrativos do Departamento de Registro e Controle Acadêmico da UFAL. Ciência da Informação em Revista, v. 6, n. 2, p. 120-139, 2019. Disponível em: <https://doi.org/10.28998/cirev.2019v6n2h>. Acesso em: 4 de maio de 2021.

ALMEIDA, Lia de Azevedo; GOMES, Ricardo Corrêa. Processo das políticas públicas: revisão de literatura, reflexões teóricas e apontamentos para futuras pesquisas. Cadernos Ebape, v. 16, n. 3, p. 444-455, 2018. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/1679-395164108>. Acesso em 4 de maio de 2021.

ARAUJO, Maria de Fátima. Gênero e violência contra a mulher: o perigoso jogo de poder e dominação. Psicologia para América Latina, México, n. 14, out. 2008 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870-350X2008000300012&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 4 de junho de 2020.

AUYERO, Javier. Patients of the state: the politics of waiting in Argentina. Durham, NC; London: Duke University Press, 2012.

BANDEIRA, Lourdes Maria. Violência de gênero: a construção de um campo teórico e de investigação. Sociedade & Estado, v. 29, n. 2, p. 449-469, 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69922014000200008&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 4 de junho de 2020.

BERGEN, Ann; WHILE, Alison. ‘Implementation deficit’ and ‘street-level bureaucracy’: policy, practice and change in the development of community nursing issues. Health and Social Care in the Community, v. 13, n. 1, p. 1-10, 2004. Disponível em: <https://doi.org/10.1111/j.1365-2524.2005.00522.x>. Acesso em 16 de maio de 2021.

BONETTI, Alinne de Lima; PINHEIRO, Luana; FERREIRA, Pedro. A segurança pública no atendimento às mulheres: uma análise a partir do Ligue 180. In: SARDENBERG, Cecilia Maria Bacellar; TAVARES, Márcia Santana; GOMES, Márcia Queiroz. (orgs.). Violência de gênero contra mulheres: suas diferentes faces e estratégias de enfrentamento e monitoramento[online]. Salvador: EDUFBA, 2016, p. 145-185. Disponível em: <https://doi.org/10.7476/9788523220167.0006>. Acesso em 21 de maio de 2021.

BRAVO, Renata. Feminicídio: Tipificação, Poder e Discurso. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2019.

BRESSER-PEREIRA, Luis Carlos; SPINK, Peter. Reforma do Estado e administração pública gerencial. 7. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006

CAMPOS, Carmen Hein de. Desafios na implementação da Lei Maria da Penha. Revista Direito GV, v. 11, n. 2, p. 391-406, 2015a. Disponível em <https://doi.org/10.1590/1808-2432201517>. Acesso em 4 de maio de 2021. .

CAMPOS, Carmen Hein de. A CPMI da Violência contra a Mulher e a implementação da Lei Maria da Penha. Revista Estudos Feministas, v. 23, n. 2, p. 519-531, 2015b. Disponível em <http://dx.doi.org/10.1590/0104-026X2015v23n2p519>. Acesso em 4 de maio de 2021. .

CARDOSO, Bruno Baranda. A implementação do Auxílio Emergencial como medida excepcional de proteção social. Revista de Administração Pública, v. 54, n. 4, p. 1052-1063, 2020. Disponível em < https://doi.org/10.1590/0034-761220200267>. Acesso em 4 de maio de 2021.

CHARBIT, Claire. “Governance of public policies in decentralised contexts: the multi-level approach”. OECD Regional Development Working Papers. 2011/04, OECD Publishing, 2011. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1787/5kg883pkxkhc-en. Acesso em 27 de setembro de 2019

CHAKIAN, Silvia. A Construção dos Direitos das Mulheres: Histórico, Limites e Diretrizes para uma Proteção Penal Eficiente. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2019.

COSTA, Maria Teresa Pires; MOREIRA, Elzeni Alves. Gestão e mapeamento de processos nas instituições públicas: um estudo de caso em uma Universidade Federal. Revista Gestão Universitária na América Latina, v. 11, n. 1, 162-183, 2018. Disponível em: <https://doi.org/10.5007/1983-4535.2018v11n1p162>. Acesso em 04 de maio de 2021.

DAVENPORT, Thomas Hayes. Process Innovation: Reengineering Work through Information Technology. Boston: Harvard Business School Press, 1993.

ESPÍNOLA, Caroline. Dos Direitos Humanos das Mulheres à Efetividade da Lei Maria da Penha. Curitiba: Appris, 2018.

FERNANDEZ, Michelle Vieira; GUIMARAES, Natália Cordeiro. Caminhos teórico-metodológicos para a análise da burocracia de nível de rua. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 32, p. 283-322, 2020. Disponível em < https://doi.org/10.1590/0103-335220203208>. Acesso em 4 de maio de 2021.

GARCIA, Leila Posenato. A magnitude invisível da violência contra a mulher. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 25, n. 3, 451-454, 2016. Disponível em: <https://doi.org/10.5123/S1679-49742016000300001>. Acesso em 25 de setembro de 2021.

GARCIA, Leila Posenato; FREITAS, Lúcia Rolim Santana de; HOFELMANN, Doroteia Aparecida. Avaliação do impacto da Lei Maria da Penha sobre a mortalidade de mulheres por agressões no Brasil, 2001-2011. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 22, n. 3, p. 383-394, 2013. Disponível em <http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742013000300003>. Acesso em 4 de maio 2021.

GIMENES, Eron Veríssimo; ALFERES, Priscila Bianchini de Assunção. Lei Maria da Penha explicada. 2. ed. São Paulo: Edipro, 2020.

GUIMARÃES. Maria de Nazaré Saavedra. Direitos Humanos no Cotidiano Jurídico: A Violência contra a Mulher – um estudo comparativo entre as legislações do Brasil e da Argentina. Lumen Juris: Rio de Janeiro, 2020.

HOWLETT, Michael. Public managers as the missing variable in policy studies: an empirical investigation using Canadian data. Review of Policy Research, v. 28, n. 3, 247-263, 2011. Disponível em: <https://doi.org/10.1111/j.1541-1338.2011.00494.x>. Acesso em 16 de maio de 2021.

HOWLETT, Michael; RAMESH, M.; PERL, Anthony. Política pública: seus ciclos e subsistemas: uma abordagem integral. São Paulo, SP: Campus, 2013.

JANNUZZI, Paulo Martins. Avaliação de programas sociais no Brasil: repensando práticas e metodologias das pesquisas avaliativas. Planejamento e Políticas Públicas, 36, 251-275, 2011. Disponível em: <https://www.ipea.gov.br/ppp/index.php/PPP/article/view/228>. Acesso em 16 de maio de 2021.

JOHN, Peter. Is there life after policy streams, advocacy coalitions, and punctuations: Using evolutionary theory to explain policy change? Policy Studies Journal, v. 31, n. 4, p. 481-498, 2003. Disponível em: <https://doi.org/10.1111/1541-0072.00039>. Acesso em 16 de maio de 2021.

KUMAR, Sunil; DHINGRA, Ashwani Kumar; SINGH, Bhim. Cost reduction by value stream mapping using Lean-Kaizen concept: a case study. International Journal of Productivity and Quality Management, v. 24, n. 1, 12-32, 2018. Disponível em: <https://doi.org/10.1504/IJPQM.2018.091166>. Acesso em 16 de maio de 2021.

LIMA, Luciana Leite; D'ASCENZI, Luciano. Implementação de políticas públicas: perspectivas analíticas. Revista de Sociologia Política, v. 21, n. 48, p. 101-110, 2013. Disponível em < https://doi.org/10.1590/S0104-44782013000400006>. Acesso em 4 de maio de 2021.

LIPSKY, Michael. Street level bureaucracy: dilemmas of the individual in public services. Nova Iorque: Russell Sage Foundation, 1980

LOSURDO, Federico; BARBOSA, Gabriella Sousa da Silva. Medidas protetivas de urgência em âmbito internacional: da proteção a mulheres vítimas de violência doméstica em caráter de urgência no Brasil e no direito comparado. Revista de Processo, Jurisdição e Efetividade da Justiça, v. 3, n. 1, p. 116-136, 2017. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.26668/IndexLawJournals/2017.v3i1.1963>. Acesso em 16 de maio de 2021.

LOTTA, Gabriela. (organizadora). Teoria e análises sobre implantação de políticas públicas no Brasil. Brasília: Enap, 2019.

MATLAND, Richard E. Synthesizing the implementation literature: the ambiguity-conflict model of policy implementation. Journal of Public Administration Research and Theory, v. 5, n. 2, p. 145-174, 1995. Disponível em: <https://www.jstor.org/stable/1181674>. Acesso em 16 de maio de 2021.

MEDEIROS, Cristiane Reis Soares; CAVALCANTE, Pedro. A implementação do programa de saúde específico para a população em situação de rua - Consultório na rua: barreiras e facilitadores. Saúde e Sociedade, v. 27, n. 3, p. 754-768, 2018. Disponível em < https://doi.org/10.1590/s0104-12902018170946>. Acesso em 4 de maio de 2021.

MENDES, Soraia da Rosa. Processo Penal Feminista. São Paulo: Atlas, 2020.

MENEGHEL, Stela Nazareth et al. Repercussões da Lei Maria da Penha no enfrentamento da violência de gênero. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, n. 3, p. 691-700, 2013. Disponível em <https://doi.org/10.1590/S1413-81232013000300015>. Acesso em 4 de maio de 2021.

MOON, Myung-Jae; INGRAHAM, Patricia. Shaping administrative reforms and governance: an examination of the political nexus triad in three Asian countries. Governance, v. 11, n. 1, p. 77-100, 1998. Disponível em: <https://doi.org/10.1111/0952-1895.581998058>. Acesso em 16 de maio de 2021.

MONTENEGRO, Marília. Lei Maria da Penha: Uma Análise Criminológica-Jurídica. Rio de Janeiro: Revan, 2020.

NOVATO, Valéria de Oliveira Lemos; NAJBERG, Estela; LOTTA, Gabriela Spanghero. O burocrata de médio escalão na implementação de políticas públicas. Revista de Administração Pública, v. 54, n. 3, p. 416-432, 2020. Disponível em <https://doi.org/10.1590/0034-761220190228>. Acesso em 4 de maio de 2021.

OLIVEIRA, Jefferson Menezes de; GROHMANN, Márcia Zampieri. Gestão por processos: configurações em organizações públicas. Pensamento & Realidade, v. 31, n. 1, 56-80, 2016. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/pensamentorealidade/article/view/27335>. Acesso em 16 de maio de 2021.

OLLAIK, Leila Giandoni; MEDEIROS, Janann Joslin. Instrumentos governamentais: reflexões para uma agenda de pesquisas sobre implementação de políticas públicas no Brasil. Revista de administração Pública, v. 45, n. 6, p. 1943-1967, 2011. Disponível em < https://doi.org/10.1590/S0034-76122011000600015>. Acesso em 4 de maio de 2021.

POLLITT, Christopher; BOUCKAERT, Geert. Public Management Reform: a Comparative Analysis: New Public Management, Governance, and the Neo-Weberian State. Oxford, England: Oxford University Press, 2011.

RAMOS, Karoll Haussler Carneiro et al. Dificuldades e benefícios da implantação da gestão de processos em organização pública federal sob a ótica dos servidores. Revista Gestão & Tecnologia, [S.l.], v. 19, n. 4, p. 161-186, 2019. Disponível em: <https://doi.org/10.20397/2177-6652/2019.v19i4.1593>. Acesso em: 4 de maio de 2021.

REBOUÇAS, Djalma de Pinho. Sistemas, organização e métodos: Uma abordagem gerencial. São Paulo: Atlas, 2009.

REZENDE, Flávio da Cunha. Razões da crise de implementação do Estado gerencial: desempenho versus ajuste fiscal. Revista de Sociologia Política, n. 19, p. 111-121, 2002. Disponível em < https://doi.org/10.1590/S0104-44782002000200008>. Acesso em 4 de maio de 2021.

RIBEIRO, Sônia Maria Amaral Fernandes. De Cabral à Maria da Penha: Uma Abordagem Constitucional, Infraconstitucional e Jurisprudencial sobre a Mulher e a Violência Doméstica e Familiar no Brasil. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2019.

ROWELL, James. Do organisations have a mission for mapping processes? Business Process Management Journal, v. 24, 1, p. 2-22, 2018. Disponível em: <https://doi.org/10.1108/BPMJ-10-2016-0196>. Acesso em 16 de maio de 2021.

SAFFIOTI, Heleieth. Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.

SARDENBERG, Cecilia Maria Bacellar; TAVARES, Márcia Santana; GOMES, Márcia Queiroz. Monitorando A Lei Maria Da Penha: reflexões sobre a experiência do Observe. In: SARDENBERG, Cecilia Maria Bacellar; TAVARES, Márcia Santana; GOMES, Márcia Queiroz. (orgs). Violência de gênero contra mulheres: suas diferentes faces e estratégias de enfrentamento e monitoramento [online]. Salvador: EDUFBA, 2016, p. 41-67. Disponível em: <https://doi.org/10.7476/9788523220167.0003>. Acesso em 21 de maio de 2021.

SEGATO, Rita. Las estructuras elementales de la violencia: ensayos sobre género entre antropología, psicoanálisis y derechos humanos. Buenos Aires: Prometeo, 2003.

STRUYK, Raymond. Factors in successful program implementation in Russia during the transition: pilot programs as a guide. Public Administration and Development, v. 27, n. 1, p. 63-83, 2007. Disponível em: <https://doi.org/10.1002/pad.430>. Acesso em 16 de maio de 2021.

WALKER, Lenore. The Battered Woman Syndrome. 2. ed. New York: Springer Publishing, 2000.

WEIBLE, Christopher; CARTER, David. Advancing policy process research at its overlap with public management scholarship and nonprofit and voluntary action studies. Policy Studies Journal, v. 45, n. 1, p. 22-49, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.1111/psj.12194>. Acesso em 16 de maio de 2021.

WHITE, Madeline; SATYEN, Lata. Cross-cultural differences in intimate partner violence and depression: A systematic review. Aggression and Violent Behavior, v. 24, 120–130, 2015. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1359178915000671>. Acesso em 10 de junho de 2020.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Global and regional estimates of violence against women prevalence and health effects of intimate partner violence and non-partner sexual violence. Geneva: WHO; 2013. Disponível em: <https://www.who.int/reproductivehealth/publications/violence/9789241564625/en/>. Acesso em 10 de junho de 2020.

XAVIER, Rafael Ricardo. Feminicídio: Análise Jurídica e Estudo em Consonância com a Lei Maria da Penha. 2. ed. Rio de Janeiro; Lumen Juris, 2019.

Publicado

2024-06-18

Cómo citar

Ferreira Baptista, V. (2024). Os dispositivos e estruturas:: delimitando o mapeamento da Lei Maria da Penha. Revista Brasileña De Ciencias Penales, 201(201), 313–346. https://doi.org/10.5281/zenodo.10515868

Métrica