Apontamentos para uma genealogia da militarização de matriz racista no Estado do Rio de Janeiro
Visualizações: 24Palavras-chave:
Militarização, Intervenção militar, Rio de Janeiro, Milícias, Cultura do medoResumo
O presente ensaio pretende retraçar apontamentos que permitam uma reconstrução genealógica da militarização da segurança pública no Estado do Rio de Janeiro. Para tanto, a partir do conceito de necropolítica de Achille Mbembe, analisam-se as diversas políticas de ocupação militar no Estado, com destaque para as UPP’s e para a intervenção federal de 2018, concluindo com a detecção da essência racista da militarização brasileira, bem como com a constatação de que os recentes fenômenos do milicianismo e do bolsonarismo são tributários dessa forma de gestão da segurança pública.
Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Trad. port. de Henrique Burigo. Belo Horizonte: UFMG, 2007.
BATISTA, Vera Malaguti. O medo na cidade do Rio de Janeiro: dois tempos de uma história. 2. ed. Rio de Janeiro, Revan, 2003, p. 19.
CASTRO, Juliana; CRAVO, Alice. Mais de 2 mil policiais e militares já se afastaram para disputar cargos de prefeito e vereador. O Globo, Brasil, 6 set. 2020. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/brasil/eleicoes-2020-mais-de-2-mil-policiais-militares-ja-se-afastaram-para-se-candidatar-24626540>. Acesso em: 06 nov. 2020.
FLAUZINA, Ana Luiza Pinheiro. Corpo negro caído no chão: o sistema penal e o projeto genocida do Estado brasileiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008, p. 139.
FRANCO, Bernardo Melo. Em discursos, Bolsonaro já exaltou milícias e grupos de extermínio. 14 de outubro de 2018. Disponível em: <https://blogs.oglobo.globo.com/bernardo-mello-franco/post/em-discursos-bolsonaro-ja-exaltou-milicias-e-grupos-de-exterminio.html>. Acesso em: 9 novmebro de 2020.
FRANCO, Marielle. UPP – a redução da favela a três letras: uma análise da política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. 2014. Dissertação (Mestrado em Administração) – Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Turismo, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2014, p. 124-125.
GENI, Disque Denúncia RJ, NEV, Pista News e Fogo Cruzado. Apresentação ao mapa dos grupos armados do Rio de Janeiro. Disponível em <https://atualprodutora.com/wp-content/uploads/2020/10/apresentacao-16.10.2020.pdf>. Acesso em: 06 nov. 2020.
Instituto de Segurança Pública do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Dados disponíveis em: <https://www.ispvisualizacao.rj.gov.br:4434/index.html>. Acesso em: 06 de nov. 2020.
KRUIJT, Dirk. Las fuerzas armadas en América Latina, antes y hoy. Ciência Política, Bogotá, v. 7, n. 14, p. 94-112, jul./dec. 2012.
MANSO, Bruno Paes. A República das Milícias: dos esquadrões da morte à era Bolsonaro. São Paulo: Todavia, 2020, p. 84.
MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política de morte. Trad. port. de Renata Santini. São Paulo: N-1, 2018, p. 17.
VILA NOVA. Aldeildo. Das senzalas às prisões contemporâneas: a escravização e o encarceramento em massa da população negra no Brasil como estratégias de contenção e controle. 2019. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Políticas Sociais, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2019, p. 28-29.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais dos artigos publicados são do autor, mas com direitos do periódico sobre a primeira publicação e com respeito ao período de exclusividade de um ano. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Se não houver tal indicação, considerar-se-á situação de autoplágio.
Portanto, a reprodução, total ou parcial, dos artigos aqui publicados fica sujeita à expressa menção da procedência de sua publicação neste periódico, citando-se o volume e o número dessa publicação. Para efeitos legais, deve ser consignada a fonte de publicação original, além do link DOI para referência cruzada (se houver).