Denúncia criminológica do discurso de justificação do genocídio negro e indígena difundido pela historiografia brasileira do século XIX
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Criminologia global, Racismo, Historiografia, Genocídio, Técnicas de NeutralizaçãoResumo
Este artigo está situado na denúncia feita por Wayne Morrison sobre a omissão da Criminologia em retratar os genocídios cometidos nos últimos séculos, bem como na problematização proposta por Zaffaroni sobre essa questão, que envolve o emprego das teorias de “técnicas de neutralização” propostas por Sykes e Matza para elucidar as motivações, racionalizações e ideologias relacionadas a genocídios. Com base nessas premissas, a análise enfrenta as narrativas de justificação do genocídio desenvolvidas no âmbito da atuação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) em três fontes primárias: “Como escrever a história do Brasil”, de Karl Friedrich Von Martius (1844), “História Geral do Brasil”, de Francisco Adolpho Varnhagen (1854) e “Porque me ufano de meu país”, de Afonso Celso (1900). A metodologia empregada é de revisão bibliográfica conjugada com análise de discurso. Ao final do texto, foi possível sustentar que a historiografia do século XIX produziu uma narrativa que almejou a construção de uma identidade nacional mediante a neutralização da responsabilidade e a legitimação do genocídio colonial.
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