Justiça restaurativa aos olhos de magistrados criminais gaúchos

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Autores

  • Daniel Soares de Jesus Pinheiro Universidade La Salle

Palavras-chave:

Punitivismo, Ofensor, Vítima, Justiça Restaurativa

Resumo

No Brasil a resolução de conflitos envolvendo condutas tipificadas como crimes geralmente requer a judicialização. No entanto, a judicialização não é o único modelo hábil para dar respostas adequadas a esses conflitos. A justiça restaurativa tem como propósito diminuir a atuação estatal sobre o desfecho dos conflitos sociais. Ela pretende devolver à vítima o seu papel de vítima, e responsabilizar o ofensor sem encarcerá-lo. Ocorre que no Poder Judiciário que estão surgindo os programas de justiça restaurativa de maior expressividade. A justiça restaurativa, paradoxalmente, estaria se desenvolvendo no terreno mais infértil para ela. Diante disso, este trabalho apresenta pesquisa sobre o olhar da magistratura criminal gaúcha sobre a justiça restaurativa. Buscou-se compreender como seria possível essa justiça estar se desenvolvendo no mesmo ambiente em que o direito penal é tradicionalmente aplicado pelo Estado. O método adotado para desenvolvimento da pesquisa foi de entrevistas semiestruturadas com os magistrados criminais da Justiça estadual gaúcha.

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Biografia do Autor

Daniel Soares de Jesus Pinheiro, Universidade La Salle

Mestre em Direito pela Universidade La Salle (2019). Especialista em Direito Civil e Processo Civil pela UniRitter Laureate International Universities (2018). Advogado. Lattes CV: http://lattes.cnpq.br/8103829586878993

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Publicado

2024-11-13

Como Citar

Soares de Jesus Pinheiro, D. (2024). Justiça restaurativa aos olhos de magistrados criminais gaúchos. Revista Brasileira De Ciências Criminais, 185(185). Recuperado de https://publicacoes.ibccrim.org.br/index.php/RBCCRIM/article/view/1706

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