O princípio da insignificância e a reiteração de conduta no acordo de não persecução penal

Visualizações: 34

Autores

  • Me. Gustavo de Carvalho Guadanhin Universidade de São Paulo - USP - São Paulo/SP

Palavras-chave:

Princípio da insignificância, Reiteração de conduta, Acordo de não persecução penal

Resumo

Diante da disposição do novel art. 28-A, § 2º, II, do Código de Processo Penal, a interação entre os institutos da reiteração de conduta e o princípio da insignificância, já presente no cotidiano forense, mostra-se fundamental para a exegese dessa norma. Nesse prisma, a reiteração de conduta do investigado, conceito mais amplo do que a reincidência e os maus antecedentes, implica na impossibilidade de celebração do acordo de não persecução penal, exceto se os registros encontrados apontarem para fatos penalmente insignificantes. Dessa forma, deve-se privilegiar o sentido técnico da expressão, com o intuito de possibilitar a celebração do acordo àquele que, embora ostente indicativos de reiteração de conduta nos últimos cinco anos, nessas ocorrências tenha havido a aplicação da insignificância e não esteja o evento inserido em um contexto fático único, em face da mesma vítima, com resultado final significativo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Me. Gustavo de Carvalho Guadanhin, Universidade de São Paulo - USP - São Paulo/SP

Mestre em Direito Penal pela USP. Procurador da República. Lattes CV:

http://lattes.cnpq.br/4648874678328528

Referências

COSTA, Helena Regina Lobo da. Comentários ao art. 155. In: REALE JÚNIOR, Miguel (coord.). Direito Penal: jurisprudência em debate. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

GOMES, Luiz Flávio. Princípio da insignificância e outras excludentes de tipicidade. 3. ed. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2013.

GUADANHIN, Gustavo de Carvalho. Princípio da insignificância: uma análise dogmática e sua aplicação nos delitos contra a Administração Pública. Curitiba: Juruá, 2018.

LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 8. ed. Salvador: JusPodivm, 2020.

PASCOLATI JÚNIOR, Ulisses Augusto. Não aplicabilidade do princípio da insignificância aos portadores de maus antecedentes ou reincidentes em pequenos delitos. 2012. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012.

ROXIN, Claus. Derecho penal: parte general: fundamentos. La estructura de la teoría del delito. Trad. Diego-Manuel Luzón Peña, Miguel Díaz y García Conlledo, Javier de Vicente Remesal. Madrid: Civitas, 2008. t. 1.

SOUZA, Luciano Anderson. Direito Penal: Parte Geral. v. 1. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019.

Downloads

Publicado

2024-02-16

Como Citar

de Carvalho Guadanhin, G. (2024). O princípio da insignificância e a reiteração de conduta no acordo de não persecução penal. Boletim IBCCRIM, 29(338), 10–12. Recuperado de https://publicacoes.ibccrim.org.br/index.php/boletim_1993/article/view/940