Justiça sem processo? O acordo de não persecução penal como possível instrumento político-criminal

Vistas: 28

Autores/as

  • Marco Aurélio Nunes da Silveira UFPR

Palabras clave:

Acordo de não persecução penal, Direito processual penal, Práticas restaurativas, Política criminal, Reformas de justiça criminal

Resumen

O acordo de não persecução penal (ANPP), introduzido no ordenamento processual penal brasileiro em 2019, se apresenta como um instituto hibridizado, que guarda características inerentes à barganha judicial, fundadas na concepção essencialmente punitiva do sistema penal, ainda predominante no Brasil, além de elementos típicos das saídas alternativas ao processo e à pena, potencialmente adequados ao paradigma restaurativo de justiça criminal. Diante disso, propõe-se interpretação jurídica alternativa, capaz de ressaltar o segundo aspecto, com a finalidade de inserir o ANPP no contexto da adoção de um projeto político criminal democrático.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ANYIAR DE CASTRO, Lola. Criminología de los derechos humanos: criminología axiológica como política criminal. Buenos Aires: Del Puerto, 2010;

BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e crítica do direito penal. 2ª ed. Rio de Janeiro: Revan, 1999;

__________. Defesa dos direitos humanos e política criminal. In: Discursos Sediciosos, a. 2, n. 3. Instituto Carioca de Criminologia. Rio de Janeiro: Revan, 1997, p. 57-69;

BINDER, Alberto. Análisis político criminal: bases metodológicas para una política criminal minimalista y democrática. Bogotá: Astrea, 2012;

________. Elogio de la audiencia oral y otros ensayos. Monterrey: Poder Judicial del Estado de Nuevo León, 2014;

________. La nueva justicia penal de América Latina: etapas y desarrollo del proceso de cambio. Buenos Aires: Ad-Hoc, 2019;

BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei n. 10.372, de 06 de junho de 2018. Brasília, DF, 2018.

_______. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciária, 2020-2023. Brasília, DF, 2019

CALAMANDREI, Piero. La relatività del concetto di azione. In: Rivista di diritto processuale civile, Pádua, v. XVI, parte I, 1939;

CORDERO, Franco. Procedura penale. Milão: Giuffrè, 1966;

GÓES, Luciano. A “tradução” de Lombroso na obra de Nina Rodrigues: o racismo como base estruturante da criminologia brasileira. Rio de Janeiro: Revan, 2016;

GOLDSCHMIDT, James. Problemas jurídicos y políticos del processo penal. Barcelona: Bosch, 1935;

GONZÁLEZ POSTIGO, Leonel. La reforma procesal penal en Latinoamérica. In: AA. VV. Evaluación de la implementación del sistema penal acusatorio en Panamá. UNODC-CEJA, 2015;

___________________. Pensar na reforma judicial no Brasil: conhecimento teórico e práticas transformadoras. Florianópolis: Empório do Direito, 2018;

HULSMAN, Louk; DE CELIS, Jacqueline Bernat. Penas perdidas: o sistema penal em questão. 2ª ed. Niterói: LUAM, 1997;

ILANUD. Relatório de Pesquisa: a Lei de Crimes Hediondos como instrumento de política criminal. São Paulo, julho de 2005;

LOMBROSO, Cesare. L’uomo delinquente in rapporto all’antropologia, alla giurisprudenza ed alle discipline carcerarie, vol. III.5ª ed. Turim: Fratelli Bocca, 1897;

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÙBLICA. Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciária (2020-2023). Brasília, 2019;

MIRANDA COUTINHO, Jacinto Nelson. A lide e o conteúdo do processo penal. Curitiba: Juruá, 1989;

NINA RODRIGUES, Raimundo. As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil, Rio de Janeiro: Edelstein, 2011;

NUNES DA SILVEIRA, Marco Aurélio A ação processual penal entre política e constituição: outra teoria para o direito processual penal. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2014;

_____________________. Por uma teoria da ação processual penal. Curitiba: Observatório da Mentalidade Inquisitória, 2018;

_____________________. O princípio da obrigatoriedade da ação processual penal em seu confronto com a realidade: o processo acusatório e os desafios político-criminais. In: MADEIRA DEZEM, Guilherme; BADARÓ, Gustavo Henrique; SCHIETTI CRUZ, Rogério. Código de processo penal: estudos comemorativos aos 80 anos de vigência. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2021;

PRANIS, Kay. Processos circulares de construção de paz. São Paulo: Palas Athena, 2010;

RÍO NEGRO (Argentina). Ley n. 5.020/2014 (Codigo Procesal Penal). Legislatura de Río Negro, 2015.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Criminología: aproximación desde un margen. Bogotá: Temis, 1988;

___________. En busca de las penas perdidas. Buenos Aires: Ediar, 1989.

___________; BATISTA, Nilo et al. Direito penal brasileiro: teoria geral do direito penal, vol. I. 4ª ed. Rio de Janeiro: Revan, 2015;

ZEHR, Howard. Trocando as lentes: justiça restaurativa para o nosso tempo. São Paulo: Palas Athena, 2008.

Publicado

2024-07-11

Cómo citar

Nunes da Silveira, M. A. (2024). Justiça sem processo? O acordo de não persecução penal como possível instrumento político-criminal. Revista Brasileña De Ciencias Penales, 191(n. 191), 305–327. Recuperado a partir de https://publicacoes.ibccrim.org.br/index.php/RBCCRIM/article/view/206

Métrica