A morte negra é sustentáculo da arquitetônica racista brasileira

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Autores

  • Me. Lucas da Silva Santos Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS, Brasil.
  • Ana Paula Graboski de Almeida Universidade de Passo Fundo, UPF, Passo Fundo, RS/Brasil

Palavras-chave:

Violência Policial Colonial e Racista, Racismo, Abolicionismo Policial

Resumo

A pesquisa tem como tema a(s) violência(s) de Estado, especialmente, a(s) cristalizada(s) no poder de polícia. A partir de leituras da criminologia crítica e do pensamento anarquista, bem como por meio do método abordagem hipotético-dedutivo, em conjunto com a técnica de pesquisa da documentação indireta, o estudo inicialmente apresenta um breve panorama sobre a cegueira e imobilismo social em relação às violências operacionalizadas pelas polícias brasileiras. Ademais, o ensaio busca complexificar o que seria violência legítima e/ou legal. Conclui-se que o poder de polícia é o operador direto do racismo enquanto dispositivo de intervenção mortal sobre os corpos matáveis e que é tarefa urgente enxergamos aquilo que se vê, ou seja, entender que a abolição da polícia não é mera utopia, mas condição de sobrevivência da juventude negra.

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Biografia do Autor

Me. Lucas da Silva Santos, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS, Brasil.

Mestre em Ciências Criminais pela PUCRS. Advogado.

Ana Paula Graboski de Almeida, Universidade de Passo Fundo, UPF, Passo Fundo, RS/Brasil

A pesquisa tem como tema a(s) violência(s) de Estado, especialmente, a(s) cristalizada(s) no poder de polícia. A partir de leituras da criminologia crítica e do pensamento anarquista, bem como por meio do método abordagem hipotético-dedutivo, em conjunto com a técnica de pesquisa da documentação indireta, o estudo inicialmente apresenta um breve panorama sobre a cegueira e imobilismo social em relação às violências operacionalizadas pelas polícias brasileiras. Ademais, o ensaio busca complexificar o que seria violência legítima e/ou legal. Conclui-se que o poder de polícia é o operador direto do racismo enquanto dispositivo de intervenção mortal sobre os corpos matáveis e que é tarefa urgente enxergamos aquilo que se vê, ou seja, entender que a abolição da polícia não é mera utopia, mas condição de sobrevivência da juventude negra.

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Publicado

2024-07-25

Como Citar

da Silva Santos, L., & Graboski de Almeida, A. P. (2024). A morte negra é sustentáculo da arquitetônica racista brasileira. Boletim IBCCRIM, 30(360), 7–9. Recuperado de https://publicacoes.ibccrim.org.br/index.php/boletim_1993/article/view/1535

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