Traces of a colonial and anti-black criminal justice

Views: 5

Authors

  • Saulo Murilo de Oliveira Mattos Universidade Federal da Bahia, UFBA, Brasil.

Keywords:

Criminal Justice, Colonial, Anti-blackness

Abstract

This article, based on the analysis of some data referring to the racial composition of the Brazilian Judiciary and information on the ethnoracial profile of the prison population, intends to indicate that the performance of criminal justice is crossed by slavery historicity that marks the selectivity of punitive power. It is shown that criminal justice is above all anti-black, in the sense of showing a deadly contempt for black people who appear as defendants.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Saulo Murilo de Oliveira Mattos, Universidade Federal da Bahia, UFBA, Brasil.

O presente artigo, a partir da análise de alguns dados referentes à composição racial do Poder Judiciário brasileiro e informações sobre o perfil etnorracial da população carcerária, pretende indicar que a atuação da justiça criminal é atravessada por uma historicidade escravocrata que marca a seletividade de um poder punitivo que se mostra como uma instância colonial. Sugere-se que a justiça criminal é sobretudo antinegra, pois manifesta um mortífero desprezo por pessoas negras que figuram como réus.

References

ALEXANDER, Michelle. A nova segregação: racismo e encarceramento em massa. São Paulo: Boitempo, 2017.

ALVES, Dina. Rés negras, juízes brancos: uma análise da interseccionalidade de gênero, raça e classe na produção da punição em uma prisão paulistana. CS, n. 21, p. 97-120, 2017.

BATISTA, Nilo. Política Criminal com derramamento de sangue. Discursos Sediciosos, Rio de Janeiro, v. 5/6, 1998.

BORGES, Juliana. Encarceramento em massa. São Paulo: Pólen, 2019.

BUENO, Samira; LIMA, Renato Sérgio de. (coord.). Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022. Ano 16. São Paulo: FBSP 2022. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2022/06/anuario-2022.pdf?v=5 Acesso em: 03 out. 2022.

CARRASCOSA, Denise. Direito Humano. In: FREITAS, Felipe; PIRES, Thula;. Vozes do cárcere: ecos da resistência política. Rio de Janeiro: Kitabu, 2018.

CERQUEIRA, Daniel (coord.). et al. Atlas da violência. São Paulo: FBSP, 2021. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/arquivos/artigos/1375-atlasdaviolencia2021completo.pdf. Acesso em: 03 out. 2022.

COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Caso Simone André Diniz. Relatório de Mérito, nº 66/2006. OEA/CIDH, 21 out. 2006. Disponível em: http://www.cidh.org/annualrep/2006port/BRASIL.12001port.htm. Acesso em: 30 set. 2022.

DUARTE, Evandro Piza. Diálogos com o “realismo marginal” e a crítica à branquidade: por que a dogmática processual penal “não vê” o racismo institucional da gestão policial nas cidades brasileiras?. Revista Eletrônica Direito e Sociedade-REDES, v. 8, n. 2, p. 95-119, 2020.

________. Ensaio sobre a hipótese colonial: Racismo e Sistema Penal no Brasil. In: Criminologia do Preconceito: racismo e homofobia nas ciências criminais. CARVALHO, Salo de; DUARTE, Evandro Piza. São Paulo: Saraiva, 2017.

FANON, Frantz. Condenados da Terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1961.

FLAUZINA, Ana Luiza Pinheiro. As fronteiras raciais do genocídio. University of Brasília Law Journal (Direito, UnB), v. 1, n. 1, p. 119-136, 2014.

_______. Corpo negro caído no chão: o sistema penal e o projeto genocida do Estado Brasileiro. 2ªed. Brasília: Brado Negro, 2017.

FLAUZINA, Ana Luiza Pinheiro; FREITAS, Felipe da Silva. Do paradoxal privilégio de ser vítima: terror de Estado e a negação do sofrimento negro no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Criminais, n. 135, p. 49-71, 2017.

FREITAS, Felipe da Silva. Polícia e Racismo: uma discussão sobre mandato policial. 2020. 264 f. Tese (Doutorado em Direito) – Faculdade de Direito, Universidade de Brasília, Brasília, 2020.

NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. São Paulo: Perspectivas, 2016.

NASCIMENTO, Beatriz. Uma história feita por mãos negras: relações raciais, quilombos e movimentos. Rio de Janeiro: Zahar, 2021.

PIRES, Thula. Racializando o debate sobre direitos humanos. SUR-Revista Internacional de Direitos Humanos, v. 15, n. 28, p. 65-75, 2018.

SANTOS, Juarez Cirino dos. Direito Penal: parte geral. Curitiba: ICPC; Lumen Juris, 2006.

UNITED NATIONS. General recommendation nº 36 (2020) on preventing and combating racial profiling by law enforcement officials. Disponível em: https://documents-dds-ny.un.org/doc/UNDOC/GEN/G20/349/53/pdf/G2034953.pdf?OpenElement. Acesso em: 14 out. 2021.

VARGAS, João H. Costa. Racismo não dá conta: antinegritude, a dinâmica ontológica e social definidora da modernidade. Revista Em Pauta: teoria social e realidade contemporânea, v. 18, n. 45, 2020.

______. Por uma mudança de paradigma: Antinegritude e Antagonismo Estrutural. Revista de Ciências Sociais. Fortaleza, v.48, n. 2, p.83-105, jul./dez., 2017

WACQUANT, Loic. Punir os pobres: a nova gestão da miséria nos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Revan, 2015.

ZAFFARONI, Eugenio Raul. Em busca das penas perdidas: a perda da legitimidade do sistema penal. 5ª ed. Rio de Janeiro: Revan, 2014

Published

2024-07-25

How to Cite

de Oliveira Mattos, S. M. (2024). Traces of a colonial and anti-black criminal justice. Boletim IBCCRIM, 30(360), 4–6. Retrieved from https://publicacoes.ibccrim.org.br/index.php/boletim_1993/article/view/1534

Metrics