Maré conservadora e política criminal:
o “cidadão de bem” como verdadeiro portador de direitos
Visualizações: 302Palavras-chave:
Conservadorismo contemporâneo; , Política criminal; , Segurança pública; , Armamentismo; , Direita; , Extrema-direita;Resumo
Este trabalho discute as conexões entre o conservadorismo/reacionarismo brasileiro contemporâneo e as políticas criminal e de segurança pública no contexto global de ascensão de movimentos conservadores. Partindo de um panorama da bibliografia que observa estas conexões, o artigo destaca os fundamentos que norteiam as ações dos atores conservadores/reacionários em relação às recentes disputas sobre a política de controle de armas. A manipulação da dicotomia entre “cidadão de bem” e “bandido” que emerge de discursos contrários à aprovação do Estatuto do Desarmamento e de recentes tentativas de flexibilizar suas disposições é examinada como exemplo da configuração dessas disputas.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Ronaldo de. A onda quebrada: evangélicos e conservadorismo. Cadernos Pagu, n. 50, 2017.
ALTHEMAN, Eduardo C. S. Autoritarismo neoliberal: um balanço. BIB – Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, [S. l.], v. 1, n. 98, p. 1-15, 2022.
BENETTI, Pedro R. Na antessala da bancada da bala: argumentos contra o Estatuto do Desarmamento (2003). Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, v. 15, p. 859-882, 12 set. 2022.
BROWN, Wendy. Nas ruínas do neoliberalismo. São Paulo: Filosófica Politeia, 2019.
CAMARGOS, Pedro de Almeida Pires. Guerra ao crime organizado e política criminal nos governos FHC e Lula: entre os processos de neoliberalização e as hibridizações da guinada punitiva brasileira. 2022. 255 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo Mestrado em Sociologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2022.
CAMPOS, Marcelo da Silveira. Pela metade: as principais implicações da nova lei de drogas no sistema de justiça criminal em São Paulo. São Paulo: Annablume, 2019.
COOPER, Melinda. Family values: between neoliberalism and the new social conservatism. New York: Zone Books, 2017.
FAGANELLO, Marco Antonio. Bancada da Bala: uma onda na maré conservadora. In: VELASCO E CRUZ, Sebastião; KAYSEL, André; CODAS, Gustavo. Direita, volver. São Paulo: Perseu Abramo, 2015. p. 145-161.
FELTRAN, Gabriel. A política como violência. Terceiro Milênio: Revista Crítica de Sociologia e Política, v. 17, n. 2, p. 228-257, dez. 2021.
FREEDEN, Michael. Ideologies and political theory: a conceptual approach. New York: Oxford University Press, 1996.
HARCOURT, Bernard E. The illusion of free markets: punishment and the myth of natural order. Cambridge: Harvard University Press, 2011.
LACERDA, Marina. O novo conservadorismo brasileiro: de Reagan a Bolsonaro. São Paulo: Zouk, 2019.
MARTINS, Alexandre Nogueira. Caminhos da criminalização da LGBTfobia: racionalidade criminalizante, neoliberalismo e democratização. 2020. 268 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020.
MINHOTO, Laurindo Dias. Foucault e o ponto cego na análise da guinada punitiva contemporânea. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, v. 1, n. 95, p. 289-311, 2015.
MINHOTO, Laurindo Dias. Encarceramento em massa, racketeering de estado e racionalidade neoliberal. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, n. 109, p. 161-191, 2020.
PEREIRA, Carolina Soares Nunes. A criminalização da violência doméstica contra mulheres: elos entre feminismos e delegacia de polícia. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2022.
SIMON, Jonarhan. Governing through crime: how the war on crime transformed American democracy and created a culture of fear. New York: Oxford University Press, 2007.
WACQUANT, Loïc. Punir os pobres: a nova gestão da miséria nos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Revan, 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais dos artigos publicados são do autor, mas com direitos do periódico sobre a primeira publicação e com respeito ao período de exclusividade de um ano. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Se não houver tal indicação, considerar-se-á situação de autoplágio.
Portanto, a reprodução, total ou parcial, dos artigos aqui publicados fica sujeita à expressa menção da procedência de sua publicação neste periódico, citando-se o volume e o número dessa publicação. Para efeitos legais, deve ser consignada a fonte de publicação original, além do link DOI para referência cruzada (se houver).