A inversão do ônus da prova no delito de receptação
Vistas: 2DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.14154195Palabras clave:
receptação, inversão do ônus da prova, presunção de inocência, jurisprudênciaResumen
O presente artigo analisa a questão da inversão do ônus da prova no delito de receptação, tipificado no artigo 180 do Código Penal brasileiro. O trabalho gira em torno do entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça que, interpretando o artigo 156 do Código de Processo Penal, afirma ser incumbência da defesa apresentar provas sobre o desconhecimento da origem ilícita do objeto. Para isso, a análise passa pelas diferenças entre a receptação dolosa e culposa; explora a questão do ônus da prova no processo penal brasileiro e a sua relação com a presunção de inocência; e examina a compatibilidade da interpretação atribuída ao artigo 156 do Código de Processo Penal com a previsão constitucional do estado de inocência. O trabalho conclui que uma interpretação do artigo 156, orientada pela presunção de inocência, mostra-se incompatível com a transferência do ônus à defesa que tem sido aplicada em casos de receptação.
Descargas
Citas
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte especial 3: crimes contra o patrimônio até crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos. 15. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
GIACOMOLLI, Nereu José. O devido processo penal: abordagem conforme a Constituição Federal e o Pacto de São José da Costa Rica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
GOMES FILHO, Antonio Magalhães. A presunção de inocência e o ônus da prova em processo penal. Boletim IBCCRIM, São Paulo, v. 2, n. 23, p. 3, 1994.
GRECO, Rogério. Código Penal comentado. 16. ed. rev. e atual. Barueri: Atlas, 2023.
JESUS, Damásio de. Direito Penal parte especial: crimes contra a pessoa a crimes contra o patrimônio. v. 2. 36. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal. 20. ed. São Paulo: SaraivaJur, 2023.
MIRZA, Flávio. Processo justo: o ônus da prova à luz dos princípios da presunção de inocência e do in dubio pro reo. Revista Eletrônica de Direito Processual, Rio de Janeiro, v. 5, p. 540-559, 2010. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/redp/article/view/23103. Acesso em: 2 nov. 2024.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal: volume único. 19. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2023.
PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal. 15. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2013.
PIERANGELI, José Henrique. Manual de Direito Penal Brasileiro: parte especial (arts. 121 a 234). 1. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
REALE JÚNIOR, Miguel. Elemento subjetivo do crime de receptação dolosa. Revista Eletrônica Ad Judicia, Porto Alegre, ano 1, v. 1. 2013.
STRECK, Lenio Luiz. A presunção da inocência e a impossibilidade de inversão do ônus da prova em matéria criminal: os tribunais estaduais contra o STF. Revista Jurídica do Ministério Público do Estado do Paraná, v. 2, n. 3, p. 201-219, 2015.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Khalil Pacheco Ali Hachem

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Los derechos de autor de los artículos publicados pertenecen al autor, pero con los derechos de la revista sobre la primera publicación y respetando el periodo de exclusividad de un año. Los autores sólo podrán utilizar los mismos resultados en otras publicaciones indicando claramente esta revista como medio de la publicación original. Si no existe tal indicación, se considerará una situación de autoplagio.
Por tanto, la reproducción, total o parcial, de los artículos aquí publicados queda sujeta a la mención expresa del origen de su publicación en esta revista, citando el volumen y número de la misma. A efectos legales, deberá consignarse la fuente de la publicación original, así como el enlace DOI de referencia cruzada (si lo hubiera).