A delação premiada no contexto da eficiência processual
a mercantilização das virtudes e dos valores constitucionais
Visualizações: 13Palavras-chave:
Delação premiada, Barganha, Processo penal, Direito penal do inimigo, Funcionalismo penal, Pós-democraciaResumo
O presente trabalho objetiva correlacionar os fenômenos antropológico-sociais da subversão do tempo, tornando-o nocivo para a acelerada sociedade atual, com o viés eficientista do Direito, permitindo que se afastem garantias fundamentais do cidadão, resultando na delação premiada como meio de obtenção de prova largamente utilizado. Essa tendência quase inexorável da barganha no direito material e no processual penal parece refletir essa aversão à demora natural dos processos judiciais e a aparência de democracia em um Estado omisso no plano social e que busca a compensação no recrudescimento da política criminal, ignorando dificuldades éticas e até mesmo contradições com a Constituição.
Downloads
Referências
BATISTA, Nilo; BATISTA, Vera Malaguti de Souza W.. Política criminal, polícias e segurança dos direitos em tempos de Regressão. Entrevista concedida a Thiago Allisson Cardoso de Jesus. Revista de Políticas Públicas, São Luís, v. 23, n. 1, p. 287-295, 2019.
BECK, Ulrich. La sociedad de riesgo: hacia una nueva modernidad. Tradução de Jorge Navarro, Daniel Jiménez, e Maria Rosa Borrás. Barcelona: Paidós, 1998.
CASARA, Rubens R. Em tempos de pós-democracia: Neo-obscurantismo e gestão dos indesejáveis. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2018.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: Nascimento da prisão. Trad. Raquel Ramalhete. 42. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.
HARVEY, David. A loucura da razão econômica: Marx e o capital no século XXI. Trad. Artur Renzo. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2018.
HOBSBAWN, Eric. A Era dos Extemos: O breve século XX (1914-1991). 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
JAKOBS, Günther; MELIÁ, Manuel Cancio. Direito penal do inimigo. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.
LOPES JUNIOR, Aury. Fundamentos do processo penal brasileiro: Introdução crítica. 6. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
MORAES, Alexandre Rocha Almeida de. Direito Penal do Inimigo: A terceira via do Direito Penal. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2011.
PASTANA, Débora Regina. Cultura do medo: Reflexões sobre a violência criminal, controle social e cidadania no Brasil. São Paulo: Método, 2003.
ROXIN, Claus. Funcionalismo e imputação objetiva no direito penal. 3. ed. Rio de Janeiro: Renova, 2002.
SOLANO, Esther. Pós-democracia e o espetáculo moralista da Justiça messiânica. In: CASARA, Rubens R. (Org.). Em tempos de pós-democracia. 1. ed. Florianópolis: Tirant Lo Blanch, 2018. p. 25-68.
SUXBERGER, Antonio Henrique Graciano; GOMES FILHO, Demerval Farias. Funcionalização e expansão do Direito Penal: o Direito Penal negocial. Revista de Direito Internacional, Brasília, v. 13, n. 1, p. 376-395, 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais dos artigos publicados são do autor, mas com direitos do periódico sobre a primeira publicação e com respeito ao período de exclusividade de um ano. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Se não houver tal indicação, considerar-se-á situação de autoplágio.
Portanto, a reprodução, total ou parcial, dos artigos aqui publicados fica sujeita à expressa menção da procedência de sua publicação neste periódico, citando-se o volume e o número dessa publicação. Para efeitos legais, deve ser consignada a fonte de publicação original, além do link DOI para referência cruzada (se houver).