Permanências racistas no processo de privatização das prisões norte-americanas
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https://doi.org/10.5281/zenodo.13655317Palavras-chave:
Racismo, Racismo nos Estados Unidos, Prisões, Privatização de presídios, Política penitenciáriaResumo
O trabalho se propõe a analisar a imersão de particulares na administração das penas nos Estados Unidos da América, desde a formação das Treze Colônias até os dias atuais, sob uma ótica racial. Pretende-se demonstrar que a experiência privatizante dos Estados Unidos se entrelaçou com a questão racial desde o fim da Guerra de Secessão em 1865, cuja grande consequência foi o fim da escravidão. Não obstante, este fim foi puramente simbólico, pois os mecanismos de privatização ajudaram a perpetuar a segregação e a exploração do trabalho da população preta, não mais como propriedade dos senhores brancos, mas como condenados criminalmente. Em sequência, expõe-se como o cenário atual da privatização prisional no país ainda favorece a acentuação da segregação racial a partir do sistema de justiça criminal. Metodologicamente, a pesquisa confronta a bibliografia especializada no tema com dados empíricos que perfilam a atual composição racial da população penitenciária dos EUA para demonstrar que o processo privatizante norte-americano continua direcionando o encarceramento para a mesma população outrora escravizada, além de outras minorias marginalizadas.
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