A experiência aporética da pena no direito penal internacional

Visualizações: 88

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.10724903

Palavras-chave:

Aporias, Individualização da pena, Direito penal internacional, Justificação racional, Teorias da pena

Resumo

O direito penal internacional, edificado a partir das experiências jurídicas de common law e de civil law, recorreu às tradicionais teorias da pena oriundas do direito penal nacional em busca de legitimação para o seu sistema punitivo. Entretanto, o complexo cenário multicultural e multifatorial que a justiça penal internacional pretende regular se mostra extremamente contingente perante as respostas oferecidas pelas construções jurídico-penais domésticas. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo analisar a compatibilidade entre as teorias positivadas da pena e o fenômeno punitivo internacional, tanto em relação à justificação quanto à determinação da pena.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Me. Fernando B. S. Fischer, Universidade Federal do Paraná - Curitiba/PR

O direito penal internacional, edificado a partir das experiências jurídicas de common law e de civil law, recorreu às tradicionais teorias da pena oriundas do direito penal nacional em busca de legitimação para seu sistema punitivo. Entretanto, o complexo cenário multicultural e multifatorial que a justiça penal internacional pretende regular se mostra extremamente contingente perante as respostas oferecidas pelas construções jurídico-penais domésticas. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo analisar a compatibilidade entre as teorias positivadas da pena e o fenômeno punitivo internacional, em relação tanto à justificação quanto à individualização da pena.

Referências

ALBRECHT, Hans-Jörg. Sentencing in the Federal Republic of Germany. Federal Sentencing Reporter, v. 7, n. 6, University of California Press, May-Jun, p. 305-307, 1995.

ALVAREZ, Jose E. Lessons from the Akayesu judgment. Journal of International & Comparative Law, v. 5, p. 359-370, 1999.

AMBOS, Kai. Direito penal: fins da pena, concurso de pessoas, antijuridicidade e outros aspectos. Trad. Pablo Rodrigo Alflen da Silva. Porto Alegre: Fabris, 2006.

ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. Trad. José Rubens Siqueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

BASSIOUNI, M. Scherif. From Versailles to Rwanda in seventy-five years: the need to establish a permanent International Criminal Court. Harvard Human Rights Journal, n. 10, p. 11-62, 1997.

BECCARIA, Cesare. Dei delitti e delle pene. Tomo primo. Venezia: Rinaldo Benvenuti, 1781.

BENTHAM, Jeremy. An introduction to the principles of morals and legislation. London-New York-Toronto: Oxford Press, 1907.

BLOOM, Paul. O que nos faz bons ou maus. Trad. Eduardo Rieche. 2. ed. Rio de Janeiro: BestSeller, 2014.

CRYER, Robert; FRIMAN, Hakan; ROBINSON, Darryl; WILMSHURST, Elizabeth. An introduction to international criminal law and procedure. 2. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

DEMETRIO CRESPO, Eduardo. Prevención general e individualización judicial de la pena. Salamanca: Ediciones Universidad de Salamanca, 1999.

DERRIDA, Jacques. Força de Lei: o fundamento místico da autoridade. Trad. Leyla Perrone Moisés. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

DIAS, Jorge de Figueiredo. Direito penal, parte geral. Tomo I: questões fundamentais, a doutrina geral do crime. Coimbra: Coimbra Editora, 2004.

DISSENHA, Rui Carlo. Os fins da pena na justiça penal internacional e a contribuição esclarecedora de Massimo Pavarini. In: CARVALHO, Salo de; GIAMBERARDINO, André; ROIG, Rodrigo Duque Estrada. (Org.). Cárcere sem fábrica: escritos em homenagem a Massimo Pavarini. Rio de Janeiro: Revan, 2019. p. 223-252.

DOLCINI, Emilio. La commisurazione dela pena. Padova: Cedan, 1979.

DUFF, R. Antony. Punishment, communication, and community. Oxford: Oxford University Press, 2001.

FEINBERG, Joel. The expressive function of punishment. In: TONRY, Michael (Ed.). Why punish? How Much? A reader on punishment. Oxford: Oxford University Press, 2011.

FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão: teoria do garantismo penal. Trad. Ana Paula Zomer Sica [et al.]. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.

FEUERBACH, Paul Johann Anselm von. Tratado de derecho penal: común vigente en Alemania. Trad. Eugenio Raúl Zaffaroni e Irma Hagemeier. Buenos Aires: Hammurabi, 1989.

FLETCHER, George P. Rethinking Criminal Law. Oxford: Oxford University Press, 2000.

______. The grammar of criminal law: American, comparative, and international. Volume one: foundations. Oxford: Oxford University Press, 2007.

FRISCH, Wolfgang. Pena, delito y sistema del delito en transformación. Trad. Ivó Coca Vila. InDret, n. 3, p. 19-20, 2014.

GÜNTER, Klaus. Crítica da pena I. Trad. Flavia Portella Püschel. Revista direito GV nº 4, v. 2, nº 2, p. 187-204, 2006.

HABERMAS, Jürgen. Between facts and norms: contributions to a discourse theory of law and democracy. Trad. Willian Rehg. Cambridge: MIT Press, 1996.

HASSEMER, Winfried. Prevención general y aplicación de la pena. In: NAUCKE, Wolfgang; HASSEMER, Winfried; LÜDERSSEN, Klaus. Principales problemas de la prevención general. Trad. Gustavo Eduardo Aboso e Tea Low. Buenos Aires: B de F, 2004. p. 45-82.

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Princípios da filosofia do direito. Trad. Orlando Vitorino. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

HOLÁ, Barbora; SMEULERS, Alette; BIJLEVELD, Catrien. International sentencing facts and figures: sentencing practice at the ICTY and ICTR. Journal of International Criminal Justice, v. 9, p. 411-439, 2011.

HÖRNLE, Tatjana. Determinación de la pena y culpabilidad: notas sobre la teoría de la determinación de la pena en Alemania. Buenos Aires: FD Editor, 2003.

______. Strafzumessungslehre im Lichte des Grundgesetzes. In: SCHUMAN, Eva (Hrsg.). Das strafende Gesetz im sozialen Rechtsstaat: 15 Symposion der Kommission “Die Funktion des Gesetzes in Geschichte und Gegenwart”. Berlin: de Gruyter, 2010. p. 105-137.

______. Teorías de la pena. Trad. Nuria Pastor Muñoz. Bogotá: Universidad Extrenado de Colombia, 2015.

JAKOBS, Günther. Derecho penal parte general: fundamentos y teoría de la imputación. Trad. Joaquin Cuello Contreras e Jose Luis Serrano Gonzales de Murillo. 2. ed. Madrid: Marcial Pontes, 1997.

KANT, Immanuel. Metafísica dos costumes. Trad. Clélia Aparecida Martins, et al. Rio de Janeiro: Vozes, 2013.

KOSKENNIEMI, Martii. Between impunity and show trials. In: KOSKENNIEMI, Martti. The politics of international law. Oxford: Hart Publishing, 2011. p. 171-197.

LISZT, Franz von. La idea de fin en el derecho penal. Valparaíso: Universidad de Valparaíso de Chile, 1984.

LOMBROSO, Cesare. L'uomo delinquente in rapporto all'antropologia, alla giurisprudenza ed alla psichiatria: cause e rimedi. Torino: Fratelli Bocca, 1897.

LUHMANN, Niklas. Sociologia do direito I. Trad. Gustavo Bayer. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1983.

MAÑALICH, Juan Pablo. La pena como retribución. Primera parte: la retribución como teoría de la pena. Derecho penal y criminologia, v. 28, n. 83, 2007.

MÉGRET, Frédéric. Three dangers for the International Criminal Court: a critical look at a consensual project. Finnish yearbook of international law, v. XII, p. 193-247, 2001.

MELOSSI, Dario; PAVARINI, Massimo. Cárcere e fábrica: as origens do sistema penitenciário (séculos XVI-XIX). Trad. Sérgio Lamarão. Rio de Janeiro: Revan, 2006.

MOORE, Michael. Placing blame. Oxford: Oxford Press, 1997.

MORRIS, Herbert. Person and punishment. The monist, v. 52, n. 4, Human rights, p. 475-501, 1968.

MUÑOS CONDE, Francisco; GARCÍA ARÁN, Mercedes. Derecho penal: parte general. 8. ed. Valencia: Tirant lo blanch, 2010.

MUTUA, Makau. Savages, victims, and saviors: the metaphor of human rights. 42 Harv. Int'l L.J. 201, 2001.

NAUCKE, Wolfgang. Prevención general y derechos fundamentales de la persona. In: NAUCKE, Wolfgang; HASSEMER, Winfried; LÜDERSSEN, Klaus. Principales problemas de la prevención general. Trad. Gustavo Eduardo Aboso e Tea Low. Buenos Aires: B de F, 2004. p. 15-44.

PAVARINI, Massimo. La pena come “fatto sociale” nel sistema di giustizia penale internazionale. Studi e materiali di diritto penli, v. 1, p. 190-196, 2008.

PAWLIK, Michael. Staatlicher Strafanspruch und Strafzwecke. In: SCHUMAN, Eva (Hrsg.). Das strafende Gesetz im sozialen Rechtsstaat: 15 Symposion der Kommission “Die Funktion des Gesetzes in Geschichte und Gegenwart”. Berlin: de Gruyter, 2010.

PRINS, Adolphe. La défense sociale et les transformations du droit pénal. Paris: Misch et Thron, 1910.

ROBINSON, Paul H. Distributive principles of criminal law: who should be punished, how much? Oxford: Oxford University Press, 2008.

______; DARLEY, John M. Intuitions of justice: implications for criminal law and justice policy. 81 Southern California Law Review 1, 2007.

ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general, Tomo I: fundamentos. La estructura de la teoria del delito. Trad. Diego-Manuel Luzón Peña, Miguel Díaz e García Conlledo e Javier de Vicente Remesal. 2. ed. Madrid: Civitas, 1997.

SANTIAGO NINO, Carlos. Los límites de la responsabilidad penal: una teoría liberal del delito. Buenos Aires: Astrea de Alfredo y Ricardo Depalma, 1980.

SCHÜNEMANN, Bernd. Direito penal, racionalidade e dogmática: sobre os limites invioláveis do direito penal e o papel da ciência jurídica na construção de um sistema penal racional. Coord. e trad. Adriano Teixeira. São Paulo: Marcial Pons, 2018.

STERIO, Milena. Individual criminal responsibility for the destruction of religious and historic buildings: the al Mahdi case. Case Western Reserve Journal of International Law, v. 49, 2017.

STOCO, Tatiana. Culpabilidade e medida da pena: uma contribuição à teoria de aplicação da pena proporcional ao fato. São Paulo: Marcial Pons, 2019.

TSEBELIS, George. Jogos ocultos: escolha racional no campo da política comparada. Trad. Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: Editora USP, 1998.

VILLEY, Michel. A formação do pensamento jurídico moderno. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

VIVES ANTÓN, Tomás Salvador. Fundamentos del sistema penal: acción significativa y derechos constitucionales. 2. ed. Valencia: Tirant lo blanch, 2011.

VON HIRSCH, Andreas. Deserved criminal sentences. Oxford: Bloomsbury, 2017.

______; ASHWORTH, Andrew. Proportionate sentencing: exploring the principles. Oxford: Oxford University Press, 2005.

______; JAREBORG, Nils. Gauging crime seriousness: a ‘living standard’ conception of crime harm. In: VON HIRSCH, Andreas; ASHWORTH, Andrew. Proportionate sentencing: exploring the principles. Oxford: Oxford University Press, 2005. p. 185-219.

VORMBAUM, Thomas. A modern history of German criminal law. Trad. Margaret Hiley. Heidelberg: Springer, 2014.

ZOLO, Danilo. La giustizia dei vincitori: da Norimberga a Baghdad. Roma-Bari: Laterza, 2006.

Downloads

Publicado

2024-06-25

Como Citar

Bardelli Silva Fischer, F. (2024). A experiência aporética da pena no direito penal internacional. Revista Brasileira De Ciências Criminais, 202(202), 69–93. https://doi.org/10.5281/zenodo.10724903

Métricas