Verdade e fake news
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https://doi.org/10.5281/zenodo.8381453Palavras-chave:
Verdade, processo penal, epistemologia, democraciaResumo
A Verdade, na sua totalidade, é demais para os humanos, os quais não têm linguagem para a demonstrar. Assim, ela existe, mas só se amolda ao campo da fé. Dela, tem-se acesso tão só a uma parte; mas essa parcialidade não é a Verdade; e sim o que se diz sobre ela (muitas vezes com a pretensão que seja a Verdade), algo que se amolda a uma verdade (com “v” minúsculo) consensual, meramente formal ou, no processo penal, endoprocessual. Aí se apresenta a verdade como correspondência. No fundo, uma mentira, se se toma como referência a Verdade. O consenso garante à verdade uma certa estabilidade, em face da aceitação social. Sendo uma mera verdade (ou uma mera mentira), abre espaço para a mentira escancarada, propositada, aquela das Fake News; mormente no campo político, mas com efeitos em todos os campos, inclusive no processo penal. Elas subvertem o padrão e colocam em risco a ordem constituída, as instituições e a própria democracia. São produzidas por gente que sabe o que está fazendo, criminosamente; e disseminadas nas redes sociais, com grande sucesso, porque nelas muitos cooptados acreditam, formando um rebanho. É muito difícil as combater com os instrumentos normais de controle; isso é algo que poderá acontecer com algoritmos, Inteligência Artificial, e um controle interno um tanto sofisticado e que impeça a sua disseminação. Pelo menos até que se invente uma nova forma de burlar o padrão; com uma nova patifaria.
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